São Paulo, quinta-feira, 20 de outubro de 2011

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Pelos canais europeus

De goudas a gôndolas, passando por chocolates e cervejas, rota temática convida à contemplação

PEDRO CARRILHO
ENVIADO ESPECIAL À EUROPA

Veneza, Bruges, Amsterdã. Cidades europeias que têm suas (muitas) peculiaridades, mas todas unidas pelo charme único de suas intrincadas e vitais vias-d'água, que continuam inspirando artistas e amantes do mundo todo. Veneza, la serenissima, é certamente a mais famosa de todas as cidades-canal e também a mais improvável delas.
Não há nada remotamente parecido com Veneza no mundo, e o mundo todo já descobriu isso há séculos. Muito antes do século 20, o local já era uma cidade global. Vivia do comércio marítimo e tolerava a forte presença de imigrantes perseguidos em outras partes da Europa.
A cidade foi construída numa enorme lagoa sobre 117 pequenas ilhas entrecortadas por mais de 150 canais. Um tradicional passeio de gôndola por alguns deles, caríssimo por sinal (a partir de € 80 por 40 minutos), pode ser a epítome do romantismo.
Há formas mais econômicas de passear sem deixar de apreciar as fachadas dos palácios, igrejas, pontes e mercados. Logo de cara, pegue o vaporetto 1, que faz os 3,5 km do Grande Canal, entre a estação ferroviária e a praça de São Marcos, em 45 minutos.
Já na praça, com multidões de turistas que resolveram conhecê-la no mesmo dia que você, vale ir a um dos cafés ali localizados, como o Florian. Lá, serve-se um chocolate quente (caríssimo) que não sai por menos de € 12.
Veneza nos faz questionar como uma cidade de aparência geográfica tão frágil consegue suportar tão bem o peso de sua imensa história e patrimônio artístico.
E o segredo para se apaixonar por ela é que não é nada difícil deixar para trás as hordas de turistas que lotam a praça São Marcos, seus principais acessos e arredores.
Há, claro, atrações imperdíveis, que valem o sacrifício de dividir a experiência com milhares de outros visitantes. A começar pela própria praça e sua basílica, as vizinhas igreja dei Frari e Scuola Grande di San Rocco e as Gallerie dell'Academia, entre tantos atrativos espremidos em pouco espaço.
Perder-se ao menos uma vez pelos becos tortuosos enquanto se reflete sobre se apreciou mais os Ticianos ou os Tintorettos recém-admirados faz parte de qualquer estadia em Veneza. Passeios noturnos pelas vias secundárias dos distritos de Dorsoduro, San Polo, Santa Croce e Cannareggio podem dar a impressão de que a cidade é só sua.
Para matar a fome entre tantas andanças, vale procurar uma das osterie que sirvam cicheti, equivalente veneziano às tapas espanholas.


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