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BABEL HOTELEIRA
Luxuoso, o Puerta América reúne projetos de 19 profissionais
Hotel em Madri amalgama criações arquitetônicas
DA FRANCE PRESSE
Para passar de uma nave interestelar do filme "Uma Odisséia
no Espaço" à penumbra refinada
de um quarto japonês, caminha-se por um tubo de vidro, ao longo
de um edifício multicor com tons
de amarelo, laranja e roxo.
Reuniram-se 19 dos maiores arquitetos e desenhistas atuais para
construir um hotel de luxo único
no mundo, o Puerta América, em
Madri, mostrado ao público pela
primeira vez no último dia 14. Cada um deles concebeu um andar,
o bar, o restaurante, o estacionamento e a piscina.
Jean Nouvel, Ron Arad, Norman Foster, Zaha Hadid, Arata
Isozaki entre outros se encontram
normalmente nos grandes concursos internacionais, porém
uma rede hoteleira espanhola teve
a idéia de juntá-los para erguer
uma babel vanguardista.
O resultado se eleva ao longo de
14 andares e 34 mil metros quadrados, próximo do aeroporto e
da zona financeira da capital espanhola -ainda que também ao
lado de uma estrada, em meio a
edifícios residenciais.
Quando se entra no prédio, esquece-se dos arredores e do universo impessoal dos hotéis internacionais para embarcar em um
ovni de cinco estrelas -que é visitado como se fosse um museu.
"É a guerra das galáxias!", exclama um visitante no hall futurista
do andar de Kathryn Findley. As
paredes de aço curvo estão cheias
de buracos que se colorem à medida que o visitante anda, imitando sua cor da roupa e seguindo
seus movimentos.
O britânico Ron Arad partiu da
premissa de que "ninguém vai a
um hotel para ficar como se estivesse em casa; para isso você fica
em casa". Assim, ele criou quartos
ovais com camas redondas.
A iraquiana Zaha Hadid fundiu
móveis e camas em uma única peça de formas onduladas, preta e
branca. A banheira lisa sai da parede como se tivesse sido esculpida por uma queda-d'água. Basta
apertar um botão no quarto para
que no exterior apareçam as mensagens luminosas "não perturbe"
ou "café da manhã, por favor".
A venezuelana Eva Castro e o
alemão Holger Kehne criaram
um canto raivoso de rock industrial. O corredor que cruza seu andar reúne fragmentos triangulares de aço inoxidável, em um caos
de listras côncavas e convexas,
com um jogo de reflexos.
O velho mestre japonês Arata
Isozaki preferiu buscar a serenidade refinada do espaço interior
oriental. Cortinas, paredes e cama
são pretos, assim como a poltrona
Marilyn, que recria o ondulante
movimento dos quadris da atriz
hollywoodiana.
Também Jean Nouvel se inspirou no Japão para as portas deslizantes que permitem modular
suas 12 suítes em pequenos ou
grandes espaços.
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