São Paulo, quinta-feira, 21 de julho de 2005

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BABEL HOTELEIRA

Luxuoso, o Puerta América reúne projetos de 19 profissionais

Hotel em Madri amalgama criações arquitetônicas

DA FRANCE PRESSE

Para passar de uma nave interestelar do filme "Uma Odisséia no Espaço" à penumbra refinada de um quarto japonês, caminha-se por um tubo de vidro, ao longo de um edifício multicor com tons de amarelo, laranja e roxo.
Reuniram-se 19 dos maiores arquitetos e desenhistas atuais para construir um hotel de luxo único no mundo, o Puerta América, em Madri, mostrado ao público pela primeira vez no último dia 14. Cada um deles concebeu um andar, o bar, o restaurante, o estacionamento e a piscina.
Jean Nouvel, Ron Arad, Norman Foster, Zaha Hadid, Arata Isozaki entre outros se encontram normalmente nos grandes concursos internacionais, porém uma rede hoteleira espanhola teve a idéia de juntá-los para erguer uma babel vanguardista.
O resultado se eleva ao longo de 14 andares e 34 mil metros quadrados, próximo do aeroporto e da zona financeira da capital espanhola -ainda que também ao lado de uma estrada, em meio a edifícios residenciais.
Quando se entra no prédio, esquece-se dos arredores e do universo impessoal dos hotéis internacionais para embarcar em um ovni de cinco estrelas -que é visitado como se fosse um museu.
"É a guerra das galáxias!", exclama um visitante no hall futurista do andar de Kathryn Findley. As paredes de aço curvo estão cheias de buracos que se colorem à medida que o visitante anda, imitando sua cor da roupa e seguindo seus movimentos.
O britânico Ron Arad partiu da premissa de que "ninguém vai a um hotel para ficar como se estivesse em casa; para isso você fica em casa". Assim, ele criou quartos ovais com camas redondas.
A iraquiana Zaha Hadid fundiu móveis e camas em uma única peça de formas onduladas, preta e branca. A banheira lisa sai da parede como se tivesse sido esculpida por uma queda-d'água. Basta apertar um botão no quarto para que no exterior apareçam as mensagens luminosas "não perturbe" ou "café da manhã, por favor".
A venezuelana Eva Castro e o alemão Holger Kehne criaram um canto raivoso de rock industrial. O corredor que cruza seu andar reúne fragmentos triangulares de aço inoxidável, em um caos de listras côncavas e convexas, com um jogo de reflexos.
O velho mestre japonês Arata Isozaki preferiu buscar a serenidade refinada do espaço interior oriental. Cortinas, paredes e cama são pretos, assim como a poltrona Marilyn, que recria o ondulante movimento dos quadris da atriz hollywoodiana.
Também Jean Nouvel se inspirou no Japão para as portas deslizantes que permitem modular suas 12 suítes em pequenos ou grandes espaços.


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