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TURQUIA DUAL
Palácio inspirou livros e ópera de Mozart
Com pátio e harém, Topkapi foi lar de sultões antes de virar museu com jóias e até fio de cabelo de Maomé
DA ENVIADA A ISTAMBUL
Fôlego é fundamental para
visitar o palácio Topkapi. Não
só porque seus ornamentos
-da trabalhada azulejaria às
imponentes colunas de mármore- e o tesouro nele exposto são de deixar boquiaberto,
mas porque a construção é
grandiosa, expandindo-se por
uma área de cerca de 60 mil
metros quadrados, na qual se
interpõem quatro pátios, instalações que abrigaram um harém, um parque e inúmeras câmeras onde está exposto o tesouro que pertenceu a sultões.
Mil e uma histórias
Topkapi encerra, também,
histórias curiosas. A mais célebre delas talvez seja a da personagem Roxelana, concubina de
origem ucraniana do sultão Suleiman, que o persuadiu a se casar com ela após uma série de
manobras contra suas rivais e
os assessores do futuro marido.
Consta que seu filho, o sultão
Selim, morreu afogado na própria banheira após beber
champanhe além da conta.
Há também a de Ibrahim 1º, o
sultão que enlouqueceu após ficar quatro anos preso em uma
cela no próprio palácio e depois
mandou afogar todas as suas
concubinas.
O harém da história, que continua preservado até hoje, pode
ser visitado em um tour com
guia que acontece a cada meia
hora -porém, é preciso comprar um ingresso específico
com antecedência.
O resultado de um passado
tão rico e célebre é um sem-número de livros, filmes e canções
e também uma ópera de Wolfgang Amadeus Mozart, que tem
o palácio como cenário.
Construído por Mehmet, o
Conquistador, e ampliado e reformado por seus sucessores,
foi o lar de todo os sultões otomanos da conquista de Constantinopla, em 1453, até 1839.
Relíquias preciosas
Hoje serve apenas como museu onde estão expostas as
principais jóias do sultanato.
Ali, são exibidas peças impressionantes da delicada prataria turca, porcelanas -essencialmente as trazidas da China-, móveis de época, um berço de ouro, adagas com cabos
adornados por esmeraldas
enormes e o trono do sultão
Ahmet, todo entalhado em madrepérola.
Também há relíquias religiosas, como um fio do cabelo que
seria do profeta Maomé, uma
espada que pertenceu a ele e
-segundo anunciam os curadores-, um fragmento do crânio e outro do braço (!) de são
João Batista.
No mesmo complexo que o
palácio, fica o Museu de Arqueologia, onde o principal
destaque é o sarcófago de Alexandre -peça do século 4º a. C.
que leva esse nome por reproduzir em mármore uma batalha do líder macedônio- e o
aprazível parque Gülhane, um
dos favoritos dos istambulis.
(LUCIANA COELHO)
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