São Paulo, quinta-feira, 21 de setembro de 2006

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TURQUIA DUAL

Palácio inspirou livros e ópera de Mozart

Com pátio e harém, Topkapi foi lar de sultões antes de virar museu com jóias e até fio de cabelo de Maomé

DA ENVIADA A ISTAMBUL

Fôlego é fundamental para visitar o palácio Topkapi. Não só porque seus ornamentos -da trabalhada azulejaria às imponentes colunas de mármore- e o tesouro nele exposto são de deixar boquiaberto, mas porque a construção é grandiosa, expandindo-se por uma área de cerca de 60 mil metros quadrados, na qual se interpõem quatro pátios, instalações que abrigaram um harém, um parque e inúmeras câmeras onde está exposto o tesouro que pertenceu a sultões.

Mil e uma histórias
Topkapi encerra, também, histórias curiosas. A mais célebre delas talvez seja a da personagem Roxelana, concubina de origem ucraniana do sultão Suleiman, que o persuadiu a se casar com ela após uma série de manobras contra suas rivais e os assessores do futuro marido.
Consta que seu filho, o sultão Selim, morreu afogado na própria banheira após beber champanhe além da conta.
Há também a de Ibrahim 1º, o sultão que enlouqueceu após ficar quatro anos preso em uma cela no próprio palácio e depois mandou afogar todas as suas concubinas.
O harém da história, que continua preservado até hoje, pode ser visitado em um tour com guia que acontece a cada meia hora -porém, é preciso comprar um ingresso específico com antecedência.
O resultado de um passado tão rico e célebre é um sem-número de livros, filmes e canções e também uma ópera de Wolfgang Amadeus Mozart, que tem o palácio como cenário.
Construído por Mehmet, o Conquistador, e ampliado e reformado por seus sucessores, foi o lar de todo os sultões otomanos da conquista de Constantinopla, em 1453, até 1839.

Relíquias preciosas
Hoje serve apenas como museu onde estão expostas as principais jóias do sultanato.
Ali, são exibidas peças impressionantes da delicada prataria turca, porcelanas -essencialmente as trazidas da China-, móveis de época, um berço de ouro, adagas com cabos adornados por esmeraldas enormes e o trono do sultão Ahmet, todo entalhado em madrepérola.
Também há relíquias religiosas, como um fio do cabelo que seria do profeta Maomé, uma espada que pertenceu a ele e -segundo anunciam os curadores-, um fragmento do crânio e outro do braço (!) de são João Batista.
No mesmo complexo que o palácio, fica o Museu de Arqueologia, onde o principal destaque é o sarcófago de Alexandre -peça do século 4º a. C. que leva esse nome por reproduzir em mármore uma batalha do líder macedônio- e o aprazível parque Gülhane, um dos favoritos dos istambulis. (LUCIANA COELHO)


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