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TURQUIA DUAL
Pelo lado de fora, mesquita azulada compete com Meca
Somando seis minaretes, a Ahmet, construção otomana do século 17, é a maior do mundo no gênero
DA ENVIADA A ISTAMBUL
Nada é tão onipresente em
Istambul quanto suas mesquitas. Imensas, iluminadas e
sempre bem preservadas, a impressão é que há quase uma em
cada esquina. Não fosse esse
detalhe, bem seria possível,
ainda que por alguns momentos, acreditar-se em uma cidade da Europa ocidental.
Das dezenas de templos, nenhum impressiona tanto pela
imponência quanto a mesquita
do sultão Ahmet 1º, ou mesquita Azul, como convencionou-se
chamar a gigantesca construção bem em frente à catedral de
Santa Sofia por conta das dezenas de milhares de pastilhas
azuladas que a recobrem por
dentro e por fora.
Construída a partir de 1606 a
pedido do sultão que lhe empresta o nome, na época do declínio do Império Otomano, levou dez anos para ficar pronta e
é hoje a maior mesquita otomana do mundo.
Seus seis minaretes provocaram controvérsia, levando os
mais conservadores a acusar
Ahmet de querer rivalizar com
Meca. Na verdade, o que o sultão queria era superar a catedral -conseguiu no exterior,
fracassou no interior.
Perto do mar e rodeada por
um jardim sempre cheio, no
qual foi estranhamente fincado
um dos obeliscos retirados do
templo de Luxor (no Egito), a
mesquita Azul é o principal
ponto de convergência de turistas da cidade, em torno do qual
floresceu uma batelada de hotéis e restaurantes.
Apesar de ser permitido visitá-la somente de dia, quando é
possível contemplar as mais de
250 janelas, os vitrais e os mosaicos tipicamente otomanos
que a tornam única, é à noite
que a mesquita fica mais bonita. Iluminada, imensa, vista ao
longe em meio aos jardins sempre com aves noturnas a circundar seus minaretes.
Outro templo que merece ser
visitado é a mesquita Süleymaniye, perto do bairro dos bazares, em Beyazit.
Embora menor, ela foi construída no século 16 pelo mais importante arquiteto do Império Otomano,
Sinan -que, aliás, está enterrado no pequeno cemitério no
jardim do templo.
Apesar de os istambulis serem tolerantes quanto ao vestuário, é recomendável evitar
saias acima dos joelhos, bermudas e ombros e barrigas à mostra para visitar as mesquitas.
Cobrir a cabeça, no caso das
mulheres, nem sempre é obrigatório, mas um sinal de respeito muito bem-vindo pelos locais. Também não se esqueça
de tirar os sapatos antes de entrar. Pisar calçado sobre os tapetes do templo é um enorme
insulto.
(LUCIANA COELHO)
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