São Paulo, quinta-feira, 21 de setembro de 2006

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TURQUIA DUAL

Canal de 32 km liga mar Negro ao de Mármara

Em tour pelo Bósforo, saindo do terminal de Eminönü, movimento de cabeça alcança Ásia e Europa

DA ENVIADA A ISTAMBUL

Serpentear entre Europa e Ásia, cada uma a um virar de pescoço de distância, por si só já valeria um passeio pelo estreito de Bósforo. A principal via de tráfego de Istambul guarda em suas margens um sem-fim de palácios, mesquitas, monumentos e museus, pontuados por restaurantes, bares e marinas borbulhando de gente.
Esse canal de 32 km, que liga o mar Negro ao mar de Mármara, teve seu nome inspirado na mitologia grega (ao pé da letra, "cruzamento da vaca" -de "bos", vaca, e "poros", cruzamento). Foi por ali que, segundo o mito, fugiu a ninfa Io, transformada em novilha por Zeus quando o rei do Olimpo se engraçou com ela -e teve de prestar contas à mulher, Hera.
O passeio tradicional sai do terminal de Eminönü e sobe pela costa européia, margeando a porção moderna de Istambul (ou, como os locais gostam de dizer, a "cidade comercial", em oposição à "cidade de oração", na outra margem).
O palácio Dolmabahce, do século 19, e o Çiragan, de 1874 (hoje transformado em hotel de luxo da rede Kempinsky) são as principais atrações. No lado asiático, os destaques são os templos, caso da bela mesquita Ortaköy, junto da ponte do Bósforo -a quarta maior ponte suspensa do mundo.
A maioria dos passeios prevê uma parada no lado asiático, e com sorte haverá tempo para passar em um dos cafés da margem e para uma volta pelas imediações. As diferenças entre a Istambul asiática e a porção "religiosa" da Istambul européia são menores, no entanto, do que o vácuo entre essa última e a "cidade comercial".
É possível fazer o passeio em um dos ferryboats públicos, cujo bilhete sai pelo equivalente a R$ 10. O tour dura umas cinco horas, e há uma série de paradas obrigatórias. A desvantagem é o horário fixo: as embarcações partem em dois horários, 10h30 e 12h (no verão, há um terceiro horário, às 13h30).
Para quem não consegue conciliar relógio com férias, há os barcos particulares, que disputam os turistas no grito continuamente no cais de Eminönü. Negociando, é possível combinar os pontos de desembarque com o capitão e os demais turistas a bordo. Nesse caso, os passeios costumam durar cerca de duas horas e custar por volta de R$ 25.
Não espere luxo nem serviço de bordo em nenhum caso. Mas chá de maçã, esteja certo, não vai faltar. (LUCIANA COELHO)


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