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Sobrevôo de balão a 1.300 m de altura lança flashes oníricos
DA ENVIADA À CAPADÓCIA
É preciso acordar antes das
6h em plenas férias, a temperatura ronda 0C -isso numa
época do ano dita de clima
agradável, primavera-, você
vai passar mais de uma hora em
pé espremido num cesto, e o
preço para isso é salgado -entre 120 (R$ 330) e 140 (R$
385) por 75 minutos. Mas poucas experiências se comparam
a sobrevoar a Capadócia em
um balão.
Vista a 1.300 metros de altura, a paisagem árida de tons
terrosos em solo assume um
aspecto quase onírico, montanhas e vales branco-lunar alternando-se com serpentinas
verdes e as inacreditáveis casas
escavadas em rochas pontiagudas que ora se assemelham a
cogumelos, ora lembram cupinzais humanos.
No céu limpo, outros pontos
coloridos reforçam essa impressão de sonho (como se já
não bastasse a sensação de flutuar). Espremidos no pequeno
cesto, os cerca de 20 seres humanos permitidos a bordo parecem estar em um semitranse.
Em um dado momento, eclode
no compartimento ao lado um
pedido de casamento de um turista americano para sua namorada, que ante o choque
passa o resto do tour encolhida
no cesto gritando "ohmygod!".
Claro que a cena protagonizada
por Lawrence e Ellen é extrema, quase novelesca, mas é comum que, inflados pelo ar fresco, pela sensação de atentar
contra a gravidade e pela paisagem única, os turistas reajam
com crises de choro ou riso histérico ou simplesmente sigam
imersos em seu semitranse,
tentando registrar o máximo
de um momento tão especial.
Com ventos dóceis, céu quase sempre aberto e os atrativos
em solo, o balonismo encontrou na região de Göreme um
de seus melhores pontos -afirmam os especialistas-, e os
agentes de turismo local bem
souberam tirar proveito disso.
Os passeios acontecem todos
os dias bem cedo (por volta das
6h), que é o horário do melhor
vento, e não raro se estendem
por hora e meia, hora e quarenta. Convém esquecer a premência do preço mais baixo e
achar no vilarejo uma operadora credenciada pela Aeronáutica turca -nesse caso caberá a
um major operar o balão.
Já em solo, após uma aterrissagem suave e antes de voltar
ao ponto inicial de carro, todos
ganham um diploma para marcar a façanha. E há o tradicional brinde com champanhe
-de má qualidade, verdade,
mas após sobrevoar uma das
regiões mais fantásticas do
mundo, quem precisa de álcool
para ficar inebriado?
(LC)
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