São Paulo, quinta-feira, 21 de setembro de 2006

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Sobrevôo de balão a 1.300 m de altura lança flashes oníricos

DA ENVIADA À CAPADÓCIA

É preciso acordar antes das 6h em plenas férias, a temperatura ronda 0C -isso numa época do ano dita de clima agradável, primavera-, você vai passar mais de uma hora em pé espremido num cesto, e o preço para isso é salgado -entre 120 (R$ 330) e 140 (R$ 385) por 75 minutos. Mas poucas experiências se comparam a sobrevoar a Capadócia em um balão.
Vista a 1.300 metros de altura, a paisagem árida de tons terrosos em solo assume um aspecto quase onírico, montanhas e vales branco-lunar alternando-se com serpentinas verdes e as inacreditáveis casas escavadas em rochas pontiagudas que ora se assemelham a cogumelos, ora lembram cupinzais humanos.
No céu limpo, outros pontos coloridos reforçam essa impressão de sonho (como se já não bastasse a sensação de flutuar). Espremidos no pequeno cesto, os cerca de 20 seres humanos permitidos a bordo parecem estar em um semitranse. Em um dado momento, eclode no compartimento ao lado um pedido de casamento de um turista americano para sua namorada, que ante o choque passa o resto do tour encolhida no cesto gritando "ohmygod!". Claro que a cena protagonizada por Lawrence e Ellen é extrema, quase novelesca, mas é comum que, inflados pelo ar fresco, pela sensação de atentar contra a gravidade e pela paisagem única, os turistas reajam com crises de choro ou riso histérico ou simplesmente sigam imersos em seu semitranse, tentando registrar o máximo de um momento tão especial.
Com ventos dóceis, céu quase sempre aberto e os atrativos em solo, o balonismo encontrou na região de Göreme um de seus melhores pontos -afirmam os especialistas-, e os agentes de turismo local bem souberam tirar proveito disso.
Os passeios acontecem todos os dias bem cedo (por volta das 6h), que é o horário do melhor vento, e não raro se estendem por hora e meia, hora e quarenta. Convém esquecer a premência do preço mais baixo e achar no vilarejo uma operadora credenciada pela Aeronáutica turca -nesse caso caberá a um major operar o balão.
Já em solo, após uma aterrissagem suave e antes de voltar ao ponto inicial de carro, todos ganham um diploma para marcar a façanha. E há o tradicional brinde com champanhe -de má qualidade, verdade, mas após sobrevoar uma das regiões mais fantásticas do mundo, quem precisa de álcool para ficar inebriado?
(LC)


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