São Paulo, quinta-feira, 21 de setembro de 2006

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giro pelas artes

Após 10 anos, Museu de Artes Decorativas é aberto

Renovação Com 150 mil peças da Idade Média à atualidade, coleção volta a ser apresentada após reforma de 35 milhões; entre os destaques, mobiliário do séc.15

DA REUTERS

Após dez anos fechado para passar por uma das mais generosas restaurações ocorridas na França -foram gastos 35 milhões (R$ 96 milhões)- o Museu de Artes Decortivas foi reaberto. Ele ocupa uma ala do Louvre desde 1905 e soma 150 mil objetos, de câmaras nupciais do século 15 a peças do contemporâneo Philipe Starck.
A coleção reflete o estilo geralmente opulento da aristocracia francesa e da alta burguesia, da Idade Média à atualidade. "Nós realmente tentamos mostrar um pouco do gosto francês", diz a porta-voz do museu, Marie-Laurie Moreau. Depois de período em que foi negligenciado, o museu renasceu com a ajuda de Helene David-Weil, mulher de um dos banqueiros mais influentes da França e patrono das artes.
O hall principal, que se parece a uma catedral, aberto e iluminado, com vista para o jardim das Tulherias, forma a espinha dorsal do museu, que está organizado em linhas temáticas e cronológicas. Além de exaltar as habilidades dos marceneiros, joalheiros e artesãos franceses, a exposição dá detalhes do gosto decorativo francês, apesar de a ênfase ser sempre no raro e caro do que no cotidiano.
Da elegância formal do século 18 vai-se ao primeiro império, com influências gregas e romanas, passando pelo estilo pesado do século 19, que se dissipa com o período do art déco. O apartamento do estilista Jeanne Lanvin, da década de 1920, foi restaurado, com toda sua luxúria sombria ("A "Monalisa" do nosso acervo", diz Moreau), contrasta com a decoração viva de um quarto da casa de William Hope, proeminente banqueiro da primeira metade do século 19.
Há também um dossel de bronze que pertenceu a Lucie Delabigne, uma cortesã do século 19 que inspirou a criação da femme fatale Nana, do romancista Emile Zola.
Uma coleção de mobília da Exibição Mundial de 1925, feita por uma embaixada imaginária da França, poderia ter saído de um episódio das "Aventuras de Tintin", com uma curiosa cômoda em forma de bulbo. Para não sufocar o visitante, somente cerca de 6.000 objetos são exibidos por vez, com ênfase na escolha de peças individuais ou evidenciando algumas marcas.


MUSEU DE ARTES DECORATIVAS Ingresso: 8; funciona de terça a sexta, das 11h às 18h; às quintas, das 11h às 21h; e aos sábados e domingos, das 10h às 18h; tel.: 00/ xx/33/1/4455-5750 www.lesartsdecoratifs.fr


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