MARCELO PLIGER
ENVIADO ESPECIAL A IMBITUBA

Num refúgio a 70 km ao sul de Florianópolis, grupos de baleias da espécie franca austral, avistadas a 30 metros da praia, dominam a paisagem que no verão é preenchida por surfistas. Entre junho e novembro, as fêmeas cetáceas costumam visitar a costa sul de Santa Catarina para reprodução e amamentação dos filhotes.
Assim, Imbituba aproveita a presença das baleias para esquentar o turismo litorâneo durante o inverno e a primavera. Trata-se de uma experiência diferente para os que nunca apreciaram vinho à beira da praia. O turista precisa apenas relaxar e aguardar o momento de ver surgir logo à sua frente uma baleia com seu filhote.
A cidade reivindica a responsabilidade de se tornar a sede oficial da baleia franca no Brasil. A espécie é um dos animais sob forte ameaça de extinção.
Atualmente, Imbituba recolhe material para finalizar o Museu da Baleia, no mesmo galpão onde há 30 anos os mamíferos eram abertos para a retirada da gordura, matéria-prima do óleo de baleia.
Neste ano, a entrega do prédio reformado foi um dos momentos principais da Semana Nacional da Baleia Franca, evento realizado há 20 anos, no qual pesquisadores de todo o mundo se reúnem para trocar suas experiências.
No período, atividades voltadas à população movem a comunidade, que contou, neste ano, com um show de Ivan Lins. Outra atração foi o último campeonato sul-americano de windsurfe.
O Projeto Baleia Franca, associado à International Wildlife Coalition, acompanha o comportamento dos animais e o impacto da presença humana desde 1982.