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NO TABULEIRO
Famosa pela festa, Salvador prende visitante pelos pormenores nos mais sossegados dias não-carnavalescos
Cidade do Carnaval se revela nas minúcias
PEDRO IVO DUBRA
ENVIADO ESPECIAL A SALVADOR (BA)
Em 2005, o Carnaval de Salvador figurará no "Guinness Book"
como a maior festa de rua do gênero. Ocupando um período em
que afluem ao terceiro destino
brasileiro mais procurado por estrangeiros (atrás do Rio e de São
Paulo) cerca de 800 mil forasteiros, a folia não é, nunca é demais
repisar, o motor restrito de visita à
capital baiana fundada em 1549 e
por 214 anos capital de todo o
Brasil. Quem não vai atrás do trio
elétrico não necessariamente já
morreu: talvez esteja interessado
num outro tipo de cidade.
Ao risco de se limitar a uma
imagem monotemática e estereotipada os órgãos de turismo oficiais tentam emparelhar festejos
alternativos de outras épocas (Natal e Réveillon, por exemplo) e
atrativos de outras cepas -entre
estes, o incremento recente do
mergulho na baía de Todos os
Santos.
Grande chamariz, o Pelourinho,
enfim, estará sempre no mesmo
lugar -aliás, mais propício à
contemplação quando não há
tanta algazarra. Salvador dispõe
de 3.500 imóveis tombados, aos
poucos recuperados desde 1991. O
Centro Histórico é considerado
patrimônio da humanidade pela
Unesco (Organização das Nações
Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura) desde 1985.
É o Pelô o lugar do eterno retorno, tenha ou não o turista perdido
a conta das vezes em que pousou
na Bahia. Mesmo porque a sua
boa posição irradia outros passeios minuciosos, caso da visita à
cidade baixa.
Restauros
Restaurar é um verbo que se incorporou nas últimas décadas ao
vocabulário da capital, embora os
focos de deterioração do casario
ainda despontem. Ao lado do
transitável Terreiro de Jesus,
cheio de gringos, há a rua do Bispo. Se houver policiais por perto,
provavelmente eles não deixarão
de recomendar ao visitante que
evite o caminho: eles dizem que
existe na via uma zona de prostituição e que agem por lá ladrões.
Entre os projetos atuais de recuperação de imóveis, está a inauguração de um Unibanco Arteplex
no antigo Cine Glauber Rocha, na
região da praça Castro Alves. O
complexo contará com cinco salas, que totalizarão 800 lugares. O
fecho da obra, com um investimento de R$ 5,5 milhões, está previsto para março de 2005.
Nas imediações, encontra-se
em restauração a igreja de Nossa
Senhora da Barroquinha, do século 18. Parcialmente destruído
por um incêndio nos anos 1980 e
fadado a não ter mais as originais
funções sacras, o local deve abrigar um centro cultural. A primeira etapa de recuperação está em
curso. Custou R$ 2 milhões.
Em outra ponta do perímetro
histórico, para as bandas da ladeira do Carmo, a rede portuguesa
Pestana deve inaugurar a sua segunda unidade na cidade baiana e
a sua primeira pousada de luxo
fora de Portugal. O convento do
Carmo, estabelecido em 1586, deve ter 80 quartos e ser aberto aos
hóspedes no final de 2005. O investimento é de R$ 20 milhões.
Pedro Ivo Dubra viajou a convite da
Emtursa (Empresa de Turismo S/A), da
TAM Viagens e dos hotéis Pestana, Catussaba, Blue Tree Towers, Hotel da Bahia, Vila Galé e Othon.
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