São Paulo, quinta-feira, 22 de janeiro de 2009

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METRÓPOLE CANADENSE

Replanejada, AGO chama a passeio por história da arte

Em 2008, a galeria com 73 mil obras, de Frans Hals a Andy Warhol, foi redesenhada por Frank Gehry

DO ENVIADO ESPECIAL AO CANADÁ

Conhecida como AGO, a Art Gallery of Ontario (www.ago.net) é, em si, uma obra de arte ultracontemporânea: abriu suas portas em 14 de novembro de 2008.
O prédio foi redesenhado a partir de 2004 por Frank Gehry, festejado arquiteto norte-americano de origem canadense que, não por coincidência, nasceu nas proximidades desse museu há quase 80 anos (e cujo nome é, na verdade, Ephraim Owen Goldberg).
E Gehry voltou a Toronto no ano passado para inaugurar essa galeria de design arquitetônico arrojado, que custou cerca de US$ 250 milhões e aumentou em 47% o espaço destinado a mostrar a coleção, que reúne 73 mil peças de 6.500 artistas de todo o mundo.
O acervo da AGO, no entanto, que começou a ser reunido em 1900, reúne desde obras do século 14 até objetos do século 21, incluindo aí trabalhos do Grupo dos Sete, artistas que, a partir de 1920, decidiram colocar o Canadá e as suas paisagens naturais em suas pinturas.
Curioso, esse novo prédio de Frank Gehry que abriga a AGO tem estrutura de madeira -o arquiteto é reconhecido pelas construções metálicas- e escada irregular também de madeira que vira passarela suspensa, permeia diversas galerias e faz as vezes de passarela pela história da arte.
No andar superior, edificado com partes de árvores transformadas em vigas e esculturas, um janelão descortina o outro lado da rua, as fachadas das casinhas do bairro, a vida cotidiana da vizinhança onde Gehry viveu até se mudar para Los Angeles, nos EUA, aos 17 anos, para estudar na Universidade da Califórnia.
Ainda no segundo andar está a coleção com duas dezenas de esculturas figurativas e desenhos do inglês Henry Moore (1898-1986), que a AGO já exibia desde 1974. A galeria ocupou originalmente um prédio de estilo britânico edificado em 1817, "The Grange". Transformado em museu em 1913, esse prédio ganhou uma ala contemporânea em 1973.
Em 2002, um novo impulso mudou o panorama museológico de Toronto quando Ken Thomson (1923-2006), o mais importante colecionador canadense de arte, doou sua coleção de mais de 2.000 itens à AGO. Contendo obras canadenses e europeias, miniaturas de navios e objetos chineses antigos, a doação enriqueceu o acervo.
E foi então que Gehry foi instado a voltar à cidade natal e criar os surpreendentes espaços que contêm de obras de arte flamenga do século 17, como óleos de Peter Paul Rubens e de Frans Hals, passando por obras de Edgar Degas e Paul Gauguin, até os painéis pop-fotográficos de Andy Warhol e Michael Snow. (SILVIO CIOFFI)


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