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METRÓPOLE CANADENSE
Replanejada, AGO chama a passeio por história da arte
Em 2008, a galeria com 73 mil obras, de Frans Hals a Andy Warhol, foi redesenhada por Frank Gehry
DO ENVIADO ESPECIAL AO CANADÁ
Conhecida como AGO, a Art
Gallery of Ontario (www.ago.net) é, em si, uma obra de
arte ultracontemporânea:
abriu suas portas em 14 de novembro de 2008.
O prédio foi redesenhado a
partir de 2004 por Frank
Gehry, festejado arquiteto norte-americano de origem canadense que, não por coincidência, nasceu nas proximidades
desse museu há quase 80 anos
(e cujo nome é, na verdade,
Ephraim Owen Goldberg).
E Gehry voltou a Toronto no
ano passado para inaugurar essa galeria de design arquitetônico arrojado, que custou cerca
de US$ 250 milhões e aumentou em 47% o espaço destinado
a mostrar a coleção, que reúne
73 mil peças de 6.500 artistas
de todo o mundo.
O acervo da AGO, no entanto, que começou a ser reunido
em 1900, reúne desde obras do
século 14 até objetos do século
21, incluindo aí trabalhos do
Grupo dos Sete, artistas que, a
partir de 1920, decidiram colocar o Canadá e as suas paisagens naturais em suas pinturas.
Curioso, esse novo prédio de
Frank Gehry que abriga a AGO
tem estrutura de madeira -o
arquiteto é reconhecido pelas
construções metálicas- e escada irregular também de madeira que vira passarela suspensa,
permeia diversas galerias e faz
as vezes de passarela pela história da arte.
No andar superior, edificado
com partes de árvores transformadas em vigas e esculturas, um janelão descortina o
outro lado da rua, as fachadas
das casinhas do bairro, a vida
cotidiana da vizinhança onde
Gehry viveu até se mudar para
Los Angeles, nos EUA, aos 17
anos, para estudar na Universidade da Califórnia.
Ainda no segundo andar está
a coleção com duas dezenas de
esculturas figurativas e desenhos do inglês Henry Moore
(1898-1986), que a AGO já exibia desde 1974. A galeria ocupou originalmente um prédio
de estilo britânico edificado em
1817, "The Grange". Transformado em museu em 1913, esse
prédio ganhou uma ala contemporânea em 1973.
Em 2002, um novo impulso
mudou o panorama museológico de Toronto quando Ken
Thomson (1923-2006), o mais
importante colecionador canadense de arte, doou sua coleção
de mais de 2.000 itens à AGO.
Contendo obras canadenses e
europeias, miniaturas de navios e objetos chineses antigos,
a doação enriqueceu o acervo.
E foi então que Gehry foi instado a voltar à cidade natal e
criar os surpreendentes espaços que contêm de obras de arte flamenga do século 17, como
óleos de Peter Paul Rubens e
de Frans Hals, passando por
obras de Edgar Degas e Paul
Gauguin, até os painéis pop-fotográficos de Andy Warhol e
Michael Snow.
(SILVIO CIOFFI)
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