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LITORAL ALAGOANO
Mulheres capitaneiam alta gastronomia de Maceió
Wanchako, primeiro restaurante peruano do Brasil, e Lua Cheia, francês, estão sob comando feminino
PRISCILA PASTRE-ROSSI
ENVIADA ESPECIAL A ALAGOAS
Em um Estado reconhecidamente machista como Alagoas,
não poderia ser diferente: por
ali, lugar de mulher é, sim, na
cozinha. Essa frase nunca deve
ter incomodado tanto... os homens! Estamos falando do comando da alta gastronomia da
capital, Maceió, que está sob o
domínio feminino.
O restaurante mais comentado é o Wanchako, o primeiro de
comida peruana do Brasil, regido há 11 anos por Simone Bert,
45. Alguns pratos têm influência da cozinha japonesa.
Simone traz temperos do Peru a cada seis meses. "Volto
com uns 150 quilos toda vez
que vou a Lima", conta. A decoração também vem de terras
andinas e é distribuída em paredes coloridas, de tons fortes,
que dão um clima de aconchego
aos três ambientes. Os peixes,
claro, são do litoral alagoano. E
o pessoal da cozinha -dez, no
total- é da região.
"A maioria era cortador de
cana. O rapaz que hoje é meu
braço direito começou aqui lavando pratos. Depois de muito
trabalho, todos são cozinheiros
de mão cheia!", orgulha-se. Os
garçons são muito preparados
-dificilmente deixam sua taça
de vinho vazia- e simpáticos.
Uma boa opção de entrada é
o festival de ceviches (R$ 45),
que serve duas pessoas. A seguir, Simone indica a lula recheada, batizada com o nome
de Don Juanito (R$ 48) em homenagem ao seu pai, que a ensinou a pescar. A sogra, peruana, foi quem ensinou a ela a
preparação dos pratos.
E foi do marido todo o apoio
para que ela fizesse cursos de
no exterior. Da mãe, herdou a
necessidade de colocar a mão
na massa para comer bem. "Ela
cozinhava muito mal", brinca.
Quem pede o Don Juanito ganha o prato da Associação da
Boa Lembrança (www.boalembranca.com.br).
Depois, o problema é escolher entre as sobremesas mais
pedidas: o suspiro limenho e a
torta de graviola, R$ 12 cada.
Em Maceió, ir do Peru à
França é rápido. Basta sair de
Jatiúca, onde fica o Wanchako,
e ir até o bairro de Garça Torta,
no restaurante Lua Cheia, comandado por Maria Lucia da
Costa Parra, 42. Enquanto o
marido, o francês e também
chef Thierry Parra, concentra-se nos vinhos, Lucia coordena
uma cozinha 100% feminina.
"Só trabalho com mulheres
na cozinha. São mais limpas e
mais caprichosas", diz. Duas
vezes por ano o casal vai a Nice
(França) visitar a família dele e
abastecer o restaurante de ervas e temperos que logo se
transformam no segredo de
pratos como o magret de pato
(R$ 49).
O ambiente, bastante ventilado, ajuda a fugir do calor. E a
mistura dos sotaques alagoano
e francês dá a cara ao lugar, que
serve comida de bistrô para um
público de bermuda e camiseta, sem perder o charme.
(Priscila Pastre-Rossi viajou a convite da revista
"Turismo & Negócios" e da TAM Linhas Aéreas)
WANCHAKO -
r. São Francisco de Assis, 93; 0/xx/
82/3327-8701
www.wanchako.com.br
LUA CHEIA -
AL-101 Norte, km 14
Tel.: 0/xx/82/3355-1186
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