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hotelaria
Grand Hyatt do Cairo deixa de vender bebidas alcoólicas
LEI SECA > Medida pode fazer hotel perder classificação de cinco estrelas e marca; Egito vê escalada da proibição de produção, venda, consumo e transporte de álcool
DA EFE
O álcool desapareceu de um
dos hotéis mais luxuosos do
Cairo, o Grand Hyatt. O dono
do hotel, o saudita Abdelziz
Ibrahim, decidiu que não serão
mais servidas bebidas alcoólicas nos 12 restaurantes e nas
várias cafeterias do hotel.
Ibrahim não divulgou o motivo de sua decisão - seu representante no Cairo se recusou a
falar sobre o assunto. De acordo com o porta-voz do Ministério do Turismo do Egito, Hala al
Jatib, é muito provável que a
proibição faça o hotel perder
sua classificação de cinco estrelas, pois o regulamento hoteleiro no Egito especifica que os estabelecimentos de quatro e cinco estrelas devem incluir zonas
onde álcool é servido.
Ele afirmou que o ministério
ainda não tomou nenhuma medida contra o hotel porque deve
esperar que alguma parte afetada - que poderia ser, por exemplo, operadores de turismo- o
denuncie formalmente.
A medida não é provisória, e
também pode fazer com que
Ibrahim perca a marca Hyatt,
afirmou Sally Jatab, representante da cadeia de hotéis no
Egito. Jatab assegurou que é a
primeira vez que a rede se vê
diante de um caso similar. "É
certo que nossos hotéis não sirvam álcool em países onde ele é
proibido por lei, como a Arábia
Saudita, mas esse não é o caso
do Egito", afirmou. Fontes da
cadeia Hyatt em Chicago afirmaram que o assunto "segue
em discussão".
O álcool é proibido pelo Islã,
e as interpretações mais rigorosas entendem que essa proibição não se refere apenas à sua
ingestão mas também a aspectos como fabricar, vender, servir e transportar bebidas alcoólicas, assim como dividir a mesa
com quem as consome. No Egito, país com uma importante
comunidade copta, o álcool está praticamente restrito a hotéis e restaurantes de luxo.
Por essa razão, os turistas
não se dão conta de que a "lei
seca" começa a se impor socialmente no país. A empresa aérea
Egypt Air há tempo não serve
bebidas alcoólicas em seus
aviões; nos jantares oficiais só
há suco e água; e os restaurantes não podem servir álcool no
mês do Ramadã aos moradores
locais, ainda que sejam cristãos. Os supermercados não
vendem vinho ou cerveja e os
bares estão desaparecendo.
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