São Paulo, quinta-feira, 22 de maio de 2008

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hotelaria

Grand Hyatt do Cairo deixa de vender bebidas alcoólicas

LEI SECA > Medida pode fazer hotel perder classificação de cinco estrelas e marca; Egito vê escalada da proibição de produção, venda, consumo e transporte de álcool

DA EFE

O álcool desapareceu de um dos hotéis mais luxuosos do Cairo, o Grand Hyatt. O dono do hotel, o saudita Abdelziz Ibrahim, decidiu que não serão mais servidas bebidas alcoólicas nos 12 restaurantes e nas várias cafeterias do hotel.
Ibrahim não divulgou o motivo de sua decisão - seu representante no Cairo se recusou a falar sobre o assunto. De acordo com o porta-voz do Ministério do Turismo do Egito, Hala al Jatib, é muito provável que a proibição faça o hotel perder sua classificação de cinco estrelas, pois o regulamento hoteleiro no Egito especifica que os estabelecimentos de quatro e cinco estrelas devem incluir zonas onde álcool é servido.
Ele afirmou que o ministério ainda não tomou nenhuma medida contra o hotel porque deve esperar que alguma parte afetada - que poderia ser, por exemplo, operadores de turismo- o denuncie formalmente.
A medida não é provisória, e também pode fazer com que Ibrahim perca a marca Hyatt, afirmou Sally Jatab, representante da cadeia de hotéis no Egito. Jatab assegurou que é a primeira vez que a rede se vê diante de um caso similar. "É certo que nossos hotéis não sirvam álcool em países onde ele é proibido por lei, como a Arábia Saudita, mas esse não é o caso do Egito", afirmou. Fontes da cadeia Hyatt em Chicago afirmaram que o assunto "segue em discussão".
O álcool é proibido pelo Islã, e as interpretações mais rigorosas entendem que essa proibição não se refere apenas à sua ingestão mas também a aspectos como fabricar, vender, servir e transportar bebidas alcoólicas, assim como dividir a mesa com quem as consome. No Egito, país com uma importante comunidade copta, o álcool está praticamente restrito a hotéis e restaurantes de luxo.
Por essa razão, os turistas não se dão conta de que a "lei seca" começa a se impor socialmente no país. A empresa aérea Egypt Air há tempo não serve bebidas alcoólicas em seus aviões; nos jantares oficiais só há suco e água; e os restaurantes não podem servir álcool no mês do Ramadã aos moradores locais, ainda que sejam cristãos. Os supermercados não vendem vinho ou cerveja e os bares estão desaparecendo.


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