São Paulo, quinta-feira, 22 de julho de 2010

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Falésias de Étretat causam espanto

Vila de pescadores foi descoberta por artistas, turistas e escritores, caso de Victor Hugo, no início do século 19

Painéis com reproduções de algumas pinturas da região foram instalados na frente da praia


DO ENVIADO À NORMANDIA

Com suas monumentais falésias esbranquiçadas, Étretat, balneário de 1.600 habitantes na região de Seine-Maritime (www.seine-maritime-tourisme.com), não longe da cidade de Dieppe, a leste, foi retratada num sem-número de obras de artistas impressionistas.
A primeira menção à falésia d'Aval, em forma de arco, agulha e obelisco, no canto esquerdo da praia, e à falésia d'Amont, à direita, data de 1024. E ainda hoje essas duas formações causam espanto.
Vila de pescadores até o irromper do século 19, Étretat, na costa de Alabastro, foi então descoberta por outros escritores, artistas e, também, pelos turistas.
Entre os homens de letras que ali buscaram inspiração estão Victor Hugo, André Gide e Guy de Maupassant.
No inverno entre 1885 e 1886, Monet e Courbet foram dois dos pintores impressionistas que apearam sem pressa seus cavaletes para registrar as pedras intrigantes que os locais chamavam de "obeliscos do mar".
Ali naquela costa também estiveram pintores filiados ao impressionismo, como Sisley, Boudin, Corot, Degas e Pissarro, entre outros, caso do não impressionista Eugène Delacroix, filiado ao estilo romântico.
Painéis com reproduções de algumas pinturas foram instalados no "promenade" defronte à praia, escancarando a vocação turística de Étretat (www.etretat.net).
Graças a pintores ingleses como Turner e Bonington, a localidade recebeu, ainda nos anos 1880, número crescente de grupos de viajantes do Reino Unido.
O passeio até o alto da falésia d'Aval é bem construído, mas pendurado na falésia.
Do alto, bafejado pelo vento oceânico, o passeio convida à admiração da superfície do mar, cravejada de pedras rasas que a crônica diz terem sido forradas de ostras.
Aqui e ali, as gaivotas cuidam de seus ninhos, arbustos e flores transportam o viajante para o mundo de sensações da natureza à beira-mar.
Há quem use a trilha para andar de bike ou cavalgar -e até quem jogue golfe nas imediações. Se bem que a oportunidade de fruição da circunstância geográfica e a vista que impressionou os impressionistas já seja o suficiente para recomendar -vivamente!- a ida a Étretat.

BEM NAS FOTOS
Na agenda do festival Normandie Impressioniste (www.normadieimpressionisme.com), Étretat está, até o fim de setembro, em quadros expostos em museus da região.
E também realiza, até 29 de agosto, no Espace Nugesser et Coli, uma mostra em que Phillippe Deneufve retrata as falésias em fotos aéreas. (SILVIO CIOFFI)


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