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Falésias de Étretat causam espanto
Vila de pescadores foi descoberta por artistas, turistas e escritores, caso de Victor Hugo, no início do século 19
Painéis com reproduções de
algumas pinturas da região foram instalados
na frente da praia
DO ENVIADO À NORMANDIA
Com suas monumentais
falésias esbranquiçadas,
Étretat, balneário de 1.600
habitantes na região de Seine-Maritime (www.seine-maritime-tourisme.com),
não longe da cidade de Dieppe, a leste, foi retratada num
sem-número de obras de artistas impressionistas.
A primeira menção à falésia d'Aval, em forma de arco,
agulha e obelisco, no canto
esquerdo da praia, e à falésia
d'Amont, à direita, data de
1024. E ainda hoje essas duas
formações causam espanto.
Vila de pescadores até o irromper do século 19, Étretat,
na costa de Alabastro, foi então descoberta por outros escritores, artistas e, também,
pelos turistas.
Entre os homens de letras
que ali buscaram inspiração
estão Victor Hugo, André Gide e Guy de Maupassant.
No inverno entre 1885 e
1886, Monet e Courbet foram
dois dos pintores impressionistas que apearam sem
pressa seus cavaletes para registrar as pedras intrigantes
que os locais chamavam de
"obeliscos do mar".
Ali naquela costa também
estiveram pintores filiados
ao impressionismo, como
Sisley, Boudin, Corot, Degas
e Pissarro, entre outros, caso
do não impressionista Eugène Delacroix, filiado ao estilo
romântico.
Painéis com reproduções
de algumas pinturas foram
instalados no "promenade"
defronte à praia, escancarando a vocação turística de
Étretat (www.etretat.net).
Graças a pintores ingleses
como Turner e Bonington, a
localidade recebeu, ainda
nos anos 1880, número crescente de grupos de viajantes
do Reino Unido.
O passeio até o alto da falésia d'Aval é bem construído,
mas pendurado na falésia.
Do alto, bafejado pelo vento oceânico, o passeio convida à admiração da superfície
do mar, cravejada de pedras
rasas que a crônica diz terem
sido forradas de ostras.
Aqui e ali, as gaivotas cuidam de seus ninhos, arbustos e flores transportam o viajante para o mundo de sensações da natureza à beira-mar.
Há quem use a trilha para
andar de bike ou cavalgar -e
até quem jogue golfe nas
imediações. Se bem que a
oportunidade de fruição da
circunstância geográfica e a
vista que impressionou os
impressionistas já seja o suficiente para recomendar -vivamente!- a ida a Étretat.
BEM NAS FOTOS
Na agenda do festival Normandie Impressioniste
(www.normadieimpressionisme.com), Étretat está,
até o fim de setembro, em
quadros expostos em museus da região.
E também realiza, até 29
de agosto, no Espace Nugesser et Coli, uma mostra em
que Phillippe Deneufve retrata as falésias em fotos aéreas.
(SILVIO CIOFFI)
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