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AMAZONAS
Negro é ponto de partida para conhecer praias, ilhas e igarapés; encontro das águas é um dos locais mais visitados
Rios norteiam quem se envereda na selva
RICARDO BRANDT
ENVIADO ESPECIAL A MANAUS (AM)
Apesar de concentrar uma riqueza histórica e natural e de ter
estrutura para acolher bem quem
quer se aventurar na selva ou praticar a pesca esportiva, Manaus, a
capital do Amazonas, ainda é
pouco explorada por brasileiros.
Os compatriotas que decidirem
se embrenhar pelo mato amazônico devem começar sua visita pelo rio Negro, ponto de partida fluvial para áreas de trilhas, praias de
água doce e igarapés.
Um dos locais mais visitados é o
encontro das águas dos rios Negro e Solimões, que correm juntas
por seis quilômetros sem se misturar. O fenômeno natural decorre da grande diferença entre as
temperaturas das águas escuras e
claras e as velocidades de suas
correntezas. Enquanto o rio Negro corre cerca de 2 km/h a uma
temperatura de 22C, o Solimões
corre de 4 a 6 km/h, a 28C.
As embarcações -principal
meio de transporte- estão por
todos os cantos e vão de simples
canoas a luxuosos iates.
Os passeios saem principalmente do centro, onde ficam o
porto de Manaus e seu cais flutuante. É nele que está instalada a
estação hidroviária, onde se paga
até R$ 73 por um passeio ao encontro das águas, que dura das 9h
às 16h, com almoço em uma comunidade local (Janauary).
O rio Solimões (que nasce no
Peru) e o rio Negro (que nasce na
Colômbia) formam, em Manaus,
o rio Amazonas, o maior do mundo em extensão e em quantidade
de água.
Durante o período de vazão dos
rios (setembro a março), formam-se praias pequenas. A da
Ponta Negra é hoje o principal
ponto de movimento noturno,
com cerca de dois quilômetros de
extensão: há bares, quadras de esporte, ciclovia e um anfiteatro. Na
cheia, essas praias desaparecem.
Subindo o rio Negro, de barco
ou sobrevoando, é possível conhecer as ilhas de Anavilhanas,
um dos maiores arquipélagos fluviais do mundo, com mais de 400
ilhas. É próximo a ele também
que fica o maior hotel de selva da
região, o Ariaú Amazon Towers.
Além das praias, ilhas e cachoeiras, os rios e seus igarapés atraem
turistas que querem praticar a
pesca esportiva (leia abaixo).
Já as aventuras pela selva podem incluir trilhas, que devem ser
feitas sempre com guias, e descanso em lagos (alguns deles de
área de concessão de hotéis).
Manaus tem uma ampla rede de
hotéis de selva, nos quais os apartamentos ficam isolados do contato com a civilização (veja no site
www.manaustur.com.br). Nesses hotéis não se chega caminhando, muito menos de veículo.
Arquitetura
Apesar de a natureza ser o carro-chefe do turismo, Manaus tem
dezenas de prédios tombados como patrimônio histórico constantemente recuperados. A maior
parte pode ser visitada de graça e
a pé, por estarem no centro velho.
As obras misturam estilos arquitetônicos europeus e foram erguidas pelos barões da borracha
no final do século 19. Destacam-se
o Teatro Amazonas (de 1896), o
Palácio da Justiça (de 1893), o
Mercado Municipal Adolpho Lisboa (1883), a alfândega (de 1909) e
todo o porto de Manaus.
O Teatro Amazonas, com 685
lugares, é a mais significativa obra
do período áureo da borracha.
Inaugurado em 1896 pelo então
governador Eduardo Ribeiro, o
teatro tem o piso formado por 12
mil peças de madeira encaixadas
sem prego ou cola e uma cúpula
com 36 mil escamas de cerâmica
esmaltada nas cores da bandeira
do Brasil (leia na pág.F 12).
O prédio da Alfândega, apontado como primeira obra pré-fabricada do país, foi construído com
blocos vindos da Inglaterra.
O mercado municipal também
é visita obrigatória. O segundo a
ser construído no país, erguido
em ferro fundido e com vitrais coloridos, é uma réplica do mercado
de Les Halles, de Paris. Ali,
acham-se de artesanato local a
produtos vendidos como elixir.
Ricardo Brandt viajou a convite do Tropical Manaus Eco Resort Experience
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