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São Paulo, segunda-feira, 22 de setembro de 2003

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AMAZONAS

Negro é ponto de partida para conhecer praias, ilhas e igarapés; encontro das águas é um dos locais mais visitados

Rios norteiam quem se envereda na selva

RICARDO BRANDT
ENVIADO ESPECIAL A MANAUS (AM)

Apesar de concentrar uma riqueza histórica e natural e de ter estrutura para acolher bem quem quer se aventurar na selva ou praticar a pesca esportiva, Manaus, a capital do Amazonas, ainda é pouco explorada por brasileiros.
Os compatriotas que decidirem se embrenhar pelo mato amazônico devem começar sua visita pelo rio Negro, ponto de partida fluvial para áreas de trilhas, praias de água doce e igarapés.
Um dos locais mais visitados é o encontro das águas dos rios Negro e Solimões, que correm juntas por seis quilômetros sem se misturar. O fenômeno natural decorre da grande diferença entre as temperaturas das águas escuras e claras e as velocidades de suas correntezas. Enquanto o rio Negro corre cerca de 2 km/h a uma temperatura de 22C, o Solimões corre de 4 a 6 km/h, a 28C.
As embarcações -principal meio de transporte- estão por todos os cantos e vão de simples canoas a luxuosos iates.
Os passeios saem principalmente do centro, onde ficam o porto de Manaus e seu cais flutuante. É nele que está instalada a estação hidroviária, onde se paga até R$ 73 por um passeio ao encontro das águas, que dura das 9h às 16h, com almoço em uma comunidade local (Janauary).
O rio Solimões (que nasce no Peru) e o rio Negro (que nasce na Colômbia) formam, em Manaus, o rio Amazonas, o maior do mundo em extensão e em quantidade de água.
Durante o período de vazão dos rios (setembro a março), formam-se praias pequenas. A da Ponta Negra é hoje o principal ponto de movimento noturno, com cerca de dois quilômetros de extensão: há bares, quadras de esporte, ciclovia e um anfiteatro. Na cheia, essas praias desaparecem.
Subindo o rio Negro, de barco ou sobrevoando, é possível conhecer as ilhas de Anavilhanas, um dos maiores arquipélagos fluviais do mundo, com mais de 400 ilhas. É próximo a ele também que fica o maior hotel de selva da região, o Ariaú Amazon Towers.
Além das praias, ilhas e cachoeiras, os rios e seus igarapés atraem turistas que querem praticar a pesca esportiva (leia abaixo).
Já as aventuras pela selva podem incluir trilhas, que devem ser feitas sempre com guias, e descanso em lagos (alguns deles de área de concessão de hotéis).
Manaus tem uma ampla rede de hotéis de selva, nos quais os apartamentos ficam isolados do contato com a civilização (veja no site www.manaustur.com.br). Nesses hotéis não se chega caminhando, muito menos de veículo.

Arquitetura
Apesar de a natureza ser o carro-chefe do turismo, Manaus tem dezenas de prédios tombados como patrimônio histórico constantemente recuperados. A maior parte pode ser visitada de graça e a pé, por estarem no centro velho.
As obras misturam estilos arquitetônicos europeus e foram erguidas pelos barões da borracha no final do século 19. Destacam-se o Teatro Amazonas (de 1896), o Palácio da Justiça (de 1893), o Mercado Municipal Adolpho Lisboa (1883), a alfândega (de 1909) e todo o porto de Manaus.
O Teatro Amazonas, com 685 lugares, é a mais significativa obra do período áureo da borracha. Inaugurado em 1896 pelo então governador Eduardo Ribeiro, o teatro tem o piso formado por 12 mil peças de madeira encaixadas sem prego ou cola e uma cúpula com 36 mil escamas de cerâmica esmaltada nas cores da bandeira do Brasil (leia na pág.F 12).
O prédio da Alfândega, apontado como primeira obra pré-fabricada do país, foi construído com blocos vindos da Inglaterra.
O mercado municipal também é visita obrigatória. O segundo a ser construído no país, erguido em ferro fundido e com vitrais coloridos, é uma réplica do mercado de Les Halles, de Paris. Ali, acham-se de artesanato local a produtos vendidos como elixir.



Ricardo Brandt viajou a convite do Tropical Manaus Eco Resort Experience


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