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São Paulo, segunda-feira, 22 de setembro de 2003

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Símbolo de uma era de riqueza, local foi inaugurado em 1896; obras de arte decoram auditório e completam passeio

Teatro espelha luxo do ciclo da borracha

DO ENVIADO ESPECIAL A MANAUS

No alto, uma cúpula com 36 mil escamas de cerâmica esmaltada pintadas com as cores da bandeira brasileira e um lustre feito de bronze francês e cristal italiano; em baixo, um piso formado por 12 mil peças de madeira encaixadas sem prego ou cola e um auditório para 685 espectadores, que se espalham pela platéia e pelos três andares de camarote.
Grandioso, o Teatro Amazonas é, indiscutivelmente, a principal obra arquitetônica de Manaus. Tombada como patrimônio histórico cultural, ela retrata a pompa em que viviam na região os barões da borracha na segunda metade do século 19.
Inaugurado em 31 de dezembro de 1896, o Teatro Amazonas levou 15 anos para ser concluído. Suas decorações, estátuas, mármores, luzes e cristais foram todos importados da Europa.
No auditório, o teto e o pano de boca têm pinturas assinadas pelo artista brasileiro Crispim do Amaral. A pintura de Amaral reproduz a visão que uma pessoa teria se estivesse embaixo da Torre Eiffel, em Paris, e olhasse para cima. Há também pinturas que representam as artes (dança, tragédia, ópera e música).
No salão nobre, a pintura de teto e as estátuas de artistas como Carlos Gomes são assinadas pelo italiano Domenico De Angelis.
As obras de arte que decoram o ambiente interno do teatro são um ótimo atrativo na visitação, que é aberta ao público e conta com guias especializados.
Assim como o teatro, as obras do Palácio da Justiça, do palácio Rio Negro, do mercado municipal, entre outras do centro, "copiaram" o estilos arquitetônico europeu daquela época.

Luxo
Nos áureos tempos da borracha, circulavam pela cidade ingleses, franceses, alemães, que acabaram ditando os costumes e o luxo de então. Manaus atraía tanto pobres nordestinos quanto barões europeus, que vinham para cá para enriquecer com a borracha.
Na primeira metade do século 20, a cidade sofreu com a decadência da borracha e muitas de suas construções foram abandonadas. Um novo fôlego só ocorreu no segundo período do século, com a transformação do Estado em uma zona franca de comércio com benefícios de incentivo fiscal. (RICARDO BRANDT)


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