São Paulo, quinta-feira, 22 de setembro de 2005

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COIMBRA

Academia mais antiga de Portugal narra conquistas de outros tempos

Rio Mondego testemunha trajetória anterior a Roma

DA ENVIADA ESPECIAL A PORTUGAL

Antes dos romanos, havia Coimbra, ou Aeminium, mas foram eles que a desenvolveram. Os resquícios dessa ocupação se concentram nas ruínas de Conímbriga, uma cidade vizinha que, em sua época áurea, era a mais importante da região. Hoje com cerca de 150 mil habitantes, Coimbra parece agregar bem as heranças romanas, imperiais, acadêmicas e religiosas de que é depositária.
A cidade cresceu olhando para o rio Mondego, em sua margem direita, e tem tantos edifícios históricos importantes que fica difícil eleger o que ver em um passeio rápido. É uma cidade para conhecer aos poucos.
Dois jardins se destacam na paisagem coimbrã. Um é o jardim da Manga, obra renascentista de Jean de Rouen (ou João de Ruão) que desafiou a ornamentação manuelina. Outro é o penedo da Saudade, do século 19, construído para lembrar a história do romance entre o então príncipe Pedro 1º (o deles, não o nosso) e Inês de Castro, dama de companhia da mulher de Pedro, dona Constança. O romance culminou no assassinato de Inês, tramado pelo rei, na quinta das Lágrimas, também em Coimbra. O episódio foi documentado em um dos cantos mais famosos de "Os Lusíadas", de Luís de Camões.
A visita à Sé Velha também é obrigatória. Em estilo românico, construída no século 12, depois forrada de azulejos feitos por árabes na cidade espanhola de Sevilha, saqueada pelo Exército de Napoleão e restaurada no século 19, a imponente construção é considerada a mais bela edificação românica em Portugal.
A Universidade de Coimbra é o lugar mais importante da cidade desde o século 16. Nas férias, a academia é toda do turismo, com grupos enormes de franceses e alemães ocupando as galerias, a biblioteca e a igreja da instituição.
O prédio da universidade, antes do destino acadêmico, viu nascer todos os reis de Portugal da primeira dinastia, com exceção de Pedro 1º. Antes, foi alcáçova (palavra de origem árabe que significa castelo fortificado) de Al Mansur (ou Almançor).
Em Conímbriga, a recepção é feita pela estrada que conduzia a Olisipo (Lisboa) e Bracara Augusta (Braga) e por uma muralha fortificada, que deixou para fora algumas casas. Dentro e fora da muralha, os pisos, pilares e restos de paredes recontam um pouco da história da cidade, derrotada não por falta de muralhas, mas pela água: os bárbaros impediram o fluxo de água no aqueduto, e Conímbriga se rendeu. (AM)


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