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COIMBRA
Academia mais antiga de Portugal narra conquistas de outros tempos
Rio Mondego testemunha trajetória anterior a Roma
DA ENVIADA ESPECIAL A PORTUGAL
Antes dos romanos, havia
Coimbra, ou Aeminium, mas foram eles que a desenvolveram. Os
resquícios dessa ocupação se concentram nas ruínas de Conímbriga, uma cidade vizinha que, em
sua época áurea, era a mais importante da região. Hoje com cerca de 150 mil habitantes, Coimbra
parece agregar bem as heranças
romanas, imperiais, acadêmicas e
religiosas de que é depositária.
A cidade cresceu olhando para o
rio Mondego, em sua margem direita, e tem tantos edifícios históricos importantes que fica difícil
eleger o que ver em um passeio
rápido. É uma cidade para conhecer aos poucos.
Dois jardins se destacam na paisagem coimbrã. Um é o jardim da
Manga, obra renascentista de
Jean de Rouen (ou João de Ruão)
que desafiou a ornamentação manuelina. Outro é o penedo da Saudade, do século 19, construído para lembrar a história do romance
entre o então príncipe Pedro 1º (o
deles, não o nosso) e Inês de Castro, dama de companhia da mulher de Pedro, dona Constança. O
romance culminou no assassinato de Inês, tramado pelo rei, na
quinta das Lágrimas, também em
Coimbra. O episódio foi documentado em um dos cantos mais
famosos de "Os Lusíadas", de
Luís de Camões.
A visita à Sé Velha também é
obrigatória. Em estilo românico,
construída no século 12, depois
forrada de azulejos feitos por árabes na cidade espanhola de Sevilha, saqueada pelo Exército de
Napoleão e restaurada no século
19, a imponente construção é considerada a mais bela edificação românica em Portugal.
A Universidade de Coimbra é o
lugar mais importante da cidade
desde o século 16. Nas férias, a
academia é toda do turismo, com
grupos enormes de franceses e
alemães ocupando as galerias, a
biblioteca e a igreja da instituição.
O prédio da universidade, antes
do destino acadêmico, viu nascer
todos os reis de Portugal da primeira dinastia, com exceção de
Pedro 1º. Antes, foi alcáçova (palavra de origem árabe que significa castelo fortificado) de Al Mansur (ou Almançor).
Em Conímbriga, a recepção é
feita pela estrada que conduzia a
Olisipo (Lisboa) e Bracara Augusta (Braga) e por uma muralha fortificada, que deixou para fora algumas casas. Dentro e fora da
muralha, os pisos, pilares e restos
de paredes recontam um pouco
da história da cidade, derrotada
não por falta de muralhas, mas
pela água: os bárbaros impediram
o fluxo de água no aqueduto, e
Conímbriga se rendeu.
(AM)
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