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ÚLTIMA PARADA
Nos arredores da capital do país, Torres Vedras e Queluz guardam resquícios das guerras napoleônicas
Prodígios militares e reais cercam Lisboa
DA ENVIADA ESPECIAL A PORTUGAL
A auto-estrada que liga Óbidos
a Lisboa tem duas paradas. A primeira é a cidade de Torres Vedras, que também tem seu doce
típico, o pastel de feijão (que não
lembra em nada o gosto do feijão
como o conhecemos). E um produto típico é meio caminho andado para a certificação: o doce também já teve um pedido de registro
para "virar D.O.P.".
A cidade tem também suas heranças medievais, com castelos e
conventos, mas se orgulha principalmente de sua relevância histórica. Foi ali que, em 1413, dom
João 1º se reuniu com seu conselho para determinar a tomada de
Ceuta -o que daria início à expansão ultramarina portuguesa.
Foi ali também que foram construídas as linhas de Torres Vedras, fortificações de alvenaria erguidas em 1809 para defender Lisboa das investidas de Napoleão
Bonaparte -a família real já havia fugido para o Brasil, e Napoleão tentava expulsar os ingleses
da península Ibérica. Construídas
a mando do duque de Wellington,
as linhas somaram mais de 80 km
de paredes de defesa e ajudaram a
derrotar as tropas do general
Massena, um dos eventos que
marcam o começo do fim da era
napoleônica.
Os moinhos estão por todo lado
nos arredores de Torres Vedras
-não foi à toa que viraram suvenir da cidade. A região oeste, onde
se encontra essa cidade, tem a
maior concentração de moinhos
de vento do país. São exemplares
de um modo de produção que sucumbiu diante da Revolução Industrial. Hoje, curiosamente, encontram-se ao lado de turbinas de
energia eólica, espécies de moinhos pós-modernos.
Última parada
Antes de Lisboa, a última parada é o palácio de Queluz, residência de veraneio da família real
portuguesa, no século 18. Apelidado de Versalhes português, o
castelo de Queluz foi obra de dom
Pedro 3º e dona Maria, a Louca,
aquela que proibiu as manufaturas no Brasil. E talvez aí comece a
viagem de volta.
(AM)
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