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FRANCOFONIA CANADENSE
Alunos estrangeiros rendem US$ 4,3 bi por ano ao país, que, pela ameaça de ver população diminuir, acolhe os que decidem permanecer
Em 2005, 11 mil brasileiros tiveram aulas no Canadá
DO ENVIADO ESPECIAL AO CANADÁ
Há uma presença importante
de estudantes brasileiros no sistema de ensino canadense. A estimativa de 2005 -os dados finais
não estão ainda disponíveis- é a
de que cerca de mil tenham se
matriculado nas universidades, e
outros 10 mil tenham permanecido menos de seis meses para cursos de inglês ou francês.
Em termos de estudos universitários, para graduação, mestrado
ou doutorado, os brasileiros ocupavam em 2004 a modesta décima posição. Eram 750, contra 12,3
mil sul-coreanos, 6.900 chineses,
4.800 japoneses e 3.800 norte-americanos (nacionalidades que
encabeçavam a lista).
O Canadá não é discreto ou low-profile como país que acolhe estudantes estrangeiros. Muito pelo
contrário, faz questão de dar muita publicidade a isso. Em conferência no mês passado em Montréal, altos funcionários do setor
deram para tanto duas razões:
1 - Cada estudante estrangeiro,
em universidades, paga em média
uma anuidade de 11.903 dólares
canadenses (US$ 10.173). Somadas as despesas com alojamento e
alimentação e contando com os
que chegam para estudar idiomas, isso acabou virando uma
"indústria", com a qual a economia local obtém o equivalente a
US$ 4,3 bilhões por ano.
2 - Uma pequena parcela dos
formados opta por permanecer
no Canadá como imigrante. O
país, com uma baixa taxa de fertilidade, que o ameaça de declínio
demográfico, obviamente acolhe
esses estrangeiros de braços abertos (apesar do previsível suadouro burocrático), sobretudo por se
tratar de uma mão-de-obra altamente qualificada.
A confluência desses dois fatores explica o fato de seis das dez
Províncias canadenses terem políticas agressivas para atrair estudantes estrangeiros.
Eles pagam pelo custo real do
ensino e não são subsidiados, como ocorre com os estudantes canadenses (em média US$ 2 mil
por ano). Mas a regra tem muitíssimas exceções. Os estudantes
franceses recebem o mesmo tratamento que os estudantes locais.
Entre os brasileiros, alunos da
USP e da UFRJ podem estudar de
graça, desde que suas matrículas
sejam encaminhadas pelos responsáveis, nessas universidades,
dos programas de intercâmbio da
francofonia.
Ao todo, o Canadá registra 140
mil estrangeiros em suas universidades. Há, também, os 235 mil
que ficam menos de seis meses
-em geral, nove semanas- para
o estudo de um dos dois idiomas
oficiais.
(JOÃO BATISTA NATALI)
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