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FRANCOFONIA CANADENSE
Visto que deixa aluno trabalhar é testado
País busca facilitar ida de estudante estrangeiro
DO ENVIADO ESPECIAL AO CANADÁ
Depois dos atentados terroristas de 11 de setembro de 2001, os
Estados Unidos adotaram regras
mais draconianas para permitir o
ingresso de estudantes estrangeiros no país.
Resultado: lugares como o Canadá e a Austrália registraram um
aumento da demanda de quem
quer estudar inglês ou fazer algum curso universitário.
Eis que no final do ano passado
o ministro francês do Interior, Nicolas Sarkozy, anunciou que a
França limitaria o acesso de estudantes estrangeiros às suas universidades.
A tendência de reação à medida
é transferir parte dessa demanda
a Québec, única Província canadense em que o francês é o único
idioma oficial.
Em suas 19 universidades -só
três delas têm aulas em inglês-
estavam matriculados, em 2004,
9.380 estrangeiros, que representavam 15% das matrículas.
O Canadá não é um país centralizado. Não há sequer em Ottawa,
a capital, um Ministério da Educação. Cada Província tem liberdade para decidir suas próprias
diretrizes de ensino.
O governo federal interfere apenas em questões ligadas à imigração. O ministro da área, Joe Volpe, anunciou em dezembro experiências piloto para permitir que
os estudantes estrangeiros sejam
autorizados a trabalhar durante
seus estudos e possam continuar
a fazê-lo dois anos depois de diplomados. É uma forma de tornar
o país mais atraente.
Convidativa
Québec -que soma 7,5 milhões de habitantes e tem um território um pouco maior do que o
do Estado do Amazonas- é a
única Província de ensino em
francês em que tal projeto já é
aplicado.
Para tentar atrair mais gente de
outros países, permite, por exemplo, que o cônjuge do estudante
que permanece durante menos de
seis meses para aprender o idioma francês também seja autorizado a trabalhar.
A legislação de Québec regulamenta muito pouco o ensino universitário. Desregulamentados,
os currículos têm uma incrível flexibilidade. São mais ágeis para a
introdução de novas disciplinas.
A Universidade de Montréal,
por exemplo, com seus cerca de
55 mil estudantes, ensina questões jurídicas ligadas ao comércio
eletrônico.
(JOÃO BATISTA NATALI)
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