São Paulo, quinta-feira, 23 de março de 2006

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FRANCOFONIA CANADENSE

Visto que deixa aluno trabalhar é testado

País busca facilitar ida de estudante estrangeiro

DO ENVIADO ESPECIAL AO CANADÁ

Depois dos atentados terroristas de 11 de setembro de 2001, os Estados Unidos adotaram regras mais draconianas para permitir o ingresso de estudantes estrangeiros no país.
Resultado: lugares como o Canadá e a Austrália registraram um aumento da demanda de quem quer estudar inglês ou fazer algum curso universitário.
Eis que no final do ano passado o ministro francês do Interior, Nicolas Sarkozy, anunciou que a França limitaria o acesso de estudantes estrangeiros às suas universidades.
A tendência de reação à medida é transferir parte dessa demanda a Québec, única Província canadense em que o francês é o único idioma oficial.
Em suas 19 universidades -só três delas têm aulas em inglês- estavam matriculados, em 2004, 9.380 estrangeiros, que representavam 15% das matrículas.
O Canadá não é um país centralizado. Não há sequer em Ottawa, a capital, um Ministério da Educação. Cada Província tem liberdade para decidir suas próprias diretrizes de ensino.
O governo federal interfere apenas em questões ligadas à imigração. O ministro da área, Joe Volpe, anunciou em dezembro experiências piloto para permitir que os estudantes estrangeiros sejam autorizados a trabalhar durante seus estudos e possam continuar a fazê-lo dois anos depois de diplomados. É uma forma de tornar o país mais atraente.

Convidativa
Québec -que soma 7,5 milhões de habitantes e tem um território um pouco maior do que o do Estado do Amazonas- é a única Província de ensino em francês em que tal projeto já é aplicado.
Para tentar atrair mais gente de outros países, permite, por exemplo, que o cônjuge do estudante que permanece durante menos de seis meses para aprender o idioma francês também seja autorizado a trabalhar.
A legislação de Québec regulamenta muito pouco o ensino universitário. Desregulamentados, os currículos têm uma incrível flexibilidade. São mais ágeis para a introdução de novas disciplinas.
A Universidade de Montréal, por exemplo, com seus cerca de 55 mil estudantes, ensina questões jurídicas ligadas ao comércio eletrônico.
(JOÃO BATISTA NATALI)


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