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ARTE PELA PROA
Confira atividades paralelas à 53ª Bienal
Recém-inaugurado, museu Punta della Dogana reúne obras da coleção do bilionário François Pinault
Luiz Braga
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Do fundo da praça San Marco, em foto noturna, são avistadas a torre do Campanário e a basílica de San Marco
DO ENVIADO ESPECIAL A VENEZA
Uma das grandes sensações
paralelas à 53ª Bienal de Veneza é o museu da Punta della Dogana, inaugurado no dia 6 de junho, num dos lugares mais conhecidos e belos da cidade.
Com projeto do badalado arquiteto japonês Tadao Ando, o
museu de arte contemporânea
reúne obras da coleção do bilionário François Pinault -que se
tornou proprietário do lugar.
Um dos homens mais ricos
do mundo, o francês tem o controle de inúmeras empresas,
como Gucci, Converse, Sansonite, Yves Saint Laurent, Fnac e
Christie's.
Uma frota de iates luxuosos
aportou em Veneza para a
abertura do lugar, que gerou
polêmica graças à instalação,
na área externa, de uma escultura do artista norte-americano Charles Ray -um garoto nu
segurando uma rã por uma das
pernas. Alguns jornais italianos
questionaram a intromissão da
obra na paisagem da cidade,
mas no final as opiniões parecem ter convergido para uma
avaliação favorável.
Palazzo Grassi
Além da nova instituição na
Punta della Dogana, Pinault
também é proprietário do Palazzo Grassi, um já tradicional
espaço expositivo da cidade,
que passou a abrigar obras de
seu acervo.
É possível que alguém faça
reparos às escolhas estéticas do
bilionário, mas é inegável que
sua coleção é um verdadeiro
"tour" pelo que há de mais consagrado na arte contemporânea internacional.
As mostras do novo museu e
do Palazzo Grassi, com curadoria de Alison Gingeras e Francesco Bonami, reúnem duas
centenas de trabalhos de 60 artistas, entre os quais Jeff
Koons, Cindy Sherman, Cy
Twombly e os irmãos britânicos Jake & Dinos Chapman.
A dupla Chapman, conhecida
por sua inclinação iconoclasta,
nasceu na primeira metade da
década de 60 e é responsável
por uma obra pela qual ninguém passará incólume, com o
sugestivo título "Fucking Hell".
Trata-se de uma versão, realizada em 2008, de um trabalho
intitulado "Hell" (inferno), que
foi destruída por um incêndio
em 2004. Nela, os dois artistas
criam uma espécie de alegoria
dos horrores da guerra e de situações extremas do século 20.
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