São Paulo, quinta-feira, 23 de julho de 2009

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ARTE PELA PROA

Confira atividades paralelas à 53ª Bienal

Recém-inaugurado, museu Punta della Dogana reúne obras da coleção do bilionário François Pinault

Luiz Braga
Do fundo da praça San Marco, em foto noturna, são avistadas a torre do Campanário e a basílica de San Marco

DO ENVIADO ESPECIAL A VENEZA

Uma das grandes sensações paralelas à 53ª Bienal de Veneza é o museu da Punta della Dogana, inaugurado no dia 6 de junho, num dos lugares mais conhecidos e belos da cidade. Com projeto do badalado arquiteto japonês Tadao Ando, o museu de arte contemporânea reúne obras da coleção do bilionário François Pinault -que se tornou proprietário do lugar.
Um dos homens mais ricos do mundo, o francês tem o controle de inúmeras empresas, como Gucci, Converse, Sansonite, Yves Saint Laurent, Fnac e Christie's.
Uma frota de iates luxuosos aportou em Veneza para a abertura do lugar, que gerou polêmica graças à instalação, na área externa, de uma escultura do artista norte-americano Charles Ray -um garoto nu segurando uma rã por uma das pernas. Alguns jornais italianos questionaram a intromissão da obra na paisagem da cidade, mas no final as opiniões parecem ter convergido para uma avaliação favorável.

Palazzo Grassi
Além da nova instituição na Punta della Dogana, Pinault também é proprietário do Palazzo Grassi, um já tradicional espaço expositivo da cidade, que passou a abrigar obras de seu acervo.
É possível que alguém faça reparos às escolhas estéticas do bilionário, mas é inegável que sua coleção é um verdadeiro "tour" pelo que há de mais consagrado na arte contemporânea internacional.
As mostras do novo museu e do Palazzo Grassi, com curadoria de Alison Gingeras e Francesco Bonami, reúnem duas centenas de trabalhos de 60 artistas, entre os quais Jeff Koons, Cindy Sherman, Cy Twombly e os irmãos britânicos Jake & Dinos Chapman.
A dupla Chapman, conhecida por sua inclinação iconoclasta, nasceu na primeira metade da década de 60 e é responsável por uma obra pela qual ninguém passará incólume, com o sugestivo título "Fucking Hell".
Trata-se de uma versão, realizada em 2008, de um trabalho intitulado "Hell" (inferno), que foi destruída por um incêndio em 2004. Nela, os dois artistas criam uma espécie de alegoria dos horrores da guerra e de situações extremas do século 20.


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