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DE OLHO NA PARAÍBA
Parque ocupa 515 hectares de área preservada que podem ser percorridos por meio de três trilhas
Jardim preserva trecho de mata atlântica
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA, NA PARAÍBA
Se a capital paraibana se destaca
pelo verde, o Jardim Botânico
Benjamim Maranhão é o maior
propagandista dessa cor. Criado
pelo governo do Estado em 2000
em uma das maiores reservas de
mata atlântica do Brasil, o jardim,
antes conhecido como mata do
Buraquinho, tem 515 hectares.
Além de área de lazer, o jardim
botânico tem o objetivo de estudar espécies da fauna e da flora,
desenvolver atividades de educação ambiental e preservar o patrimônio genético das plantas.
Nas três trilhas a que tem acesso, o turista pode vislumbrar espécies animais e vegetais típicas
da mata atlântica. Entre as plantas
estão sucupira, massaranduba
(que dá um fruto doce e leitoso),
cajazeira (a árvore do cajá), copiúba (que serve de alimento para
os sagüis), dendê, pau-pombo,
orquídeas e bromélias.
Já os animais, mais difíceis de
encontrar, são tamanduá-mirim,
cotia, raposa, preá, preguiça, borboletas, cobras e pássaros (pica-pau, sabiá, anum-preto e jacu).
"No início do século 20, a mata
do Buraquinho era a responsável
pelo abastecimento de água da cidade, por meio de 33 poços", explica o guia Henrique de Paiva, 22.
Antes, em meados do século 19, a
área era propriedade privada, até
ser adquirida em 1909 pela companhia de água da cidade.
O rio Jaguaribe, que deságua no
oceano Atlântico, atravessa a reserva e corta 23 bairros da capital
paraibana. Atualmente, ele sofre
com a poluição urbana.
Para as trilhas -do Rio, do Buriti e do Bambuzal-, o jardim
botânico recebe grupos de até 50
pessoas por turno, de manhã e à
tarde- a partir das 8h e das
13h30. Visitas têm de ser agendadas. Antes do passeio, o grupo assiste a uma palestra no auditório
sobre o jardim botânico e sua importância para a cidade.
A primeira trilha -a do Rio- é
a básica, com apenas 300 m, e leva
até o poço das Salamandras. No
caminho, algumas curiosidades
chamam a atenção, como uma
copiúba com o caule roído pelos
sagüis, que se alimentam de sua
seiva, e um bambuzal que forma
um túnel. Na passagem pela ponte de madeira vêem-se bromélias
em troncos de árvores.
As árvores do Jardim Botânico
têm em média de 30 a 40 anos, e a
temperatura da mata varia entre
14 C e 24C, explica Paiva.
Na trilha do Buriti, que vai até o
lago das Ninféias -planta semelhante à amazônica vitória-régia,
embora menor-, as copas das
árvores são mais fechadas. Uma
família de morcegos dorme em fila no caule de uma árvore. Helicônias colorem o caminho.
A trilha do Bambuzal, a mais estreita e irregular do jardim botânico, leva à "árvore do abraço",
um dendezeiro que cresceu no
meio de uma gameleira, dando a
impressão de que as duas árvores
estão enlaçadas.
"Contam que o antigo proprietário da área, no século 19, pegou
a filha aos beijos com um empregado. Atirou nele, mas a filha se
jogou na frente para proteger seu
amor e morreu. Depois o proprietário matou o rapaz. No local teriam crescido as duas árvores",
diz o guia Henrique.
O passeio é acompanhado por
dois guardas florestais, por questão de segurança, pois o jardim
botânico tem favelas em seu entorno.
(AUGUSTO PINHEIRO)
Jardim Botânico Benjamim Maranhão - av. Dom Pedro 2º, s/nº, Torre, tel.: 0/xx/83/218-7880.
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