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Platô estrela ficção de "pai" de Sherlock Holmes
MARGARETE MAGALHÃES
DA REDAÇÃO
O criador do detetive
Sherlock Holmes, o escritor
britânico Arthur Conan
Doyle, deu vida a um outro
herói menos famoso, mas
com vínculos com o Brasil.
O professor Challenger, em
vez de desvendar crimes,
queria provar a existência de
criaturas jurássicas num rincão brasileiro.
Personagem da obra de
ficção "O Mundo Perdido"
(1912), Challenger encontrou dinossauros, pterodáctilos e peixes cintilantes em
um local que, pela descrição,
parece ser o monte Roraima.
O capítulo sete, As Fronteiras do Novo Mundo remete
à Amazônia: "Chegando à
capital do Estado do Pará, ali
repousamos uma semana".
Mais adiante, enquanto a expedição liderada por Challenger se aproxima do platô,
onde criaturas pré-históricas haviam sobrevivido, a
descrição da paisagem se assemelha à real: "O terreno
continuava a se elevar, e a vegetação havia mudado mais
uma vez. A árvore predominante agora era pau-marfim,
e havia uma abundância de
lindas orquídeas, entre as
quais me foi permitido conhecer a rara Nuttonia vexillaria, além das belíssimas
catléias, de cor escarlate vibrante. Pequenos rios com
fundo de pedregulhos, entre
margens repletas de samambaias e avencas, constituíam bons locais para nossos acampamentos".
Doyle inspirou-se em relatos do botânico inglês Everard Im Thurn, o primeiro
europeu a escalar o monte
Roraima, em 1884, publicados na revista "National
Geographic". Além disso,
era amigo de exploradores,
como Alfred Russell Wallace
e Walter Bates -naturalistas que fizeram expedições
pelo Pará. Conhecia o diplomata britânico Roger Casement, que lutou no antigo
Congo Belga (atual Zaire) e
anos depois serviu o país no
Pará e no Rio, o aventureiro
britânico Percy Fawcett
-pesquisador que desapareceu misteriosamente em
terras brasileiras em 1925-,
além do próprio Thurn.
Na obra ficcional, a expedição do professor Challenger é acompanhada de um
jornalista, Edward Malone,
de um viajante desportista,
John Roxton, que havia se
embrenhado anteriormente
pela América do Sul, e de
outro cientista, Summerlee,
descrente das afirmações do
professor quanto à existência de seres antediluvianos.
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