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Flamenco já teve mais canto
DO ENVIADO ESPECIAL
Sevilha não foi talvez a cidade
em que o flamenco nasceu. Mas
foi ali, entre os séculos 9º e 14, que
essa forma particular de canto,
guitarra e dança com castanholas
amadureceu como um produto
cultural que sintetiza boa parte da
tradição musical espanhola.
O flamenco tem por origem os
ciganos ibéricos imigrados de Rajasthan, no noroeste da Índia. A
música hoje conhecida é produto
da miscigenação com as tradições
dos mouros e dos judeus sefaraditas, expulsos da Espanha em 1492.
Especialistas acreditam que o
período áureo do flamenco se situa entre 1780 e 1845, quando o
canto era mais importante que o
acompanhamento ou a dança.
A música, essencialmente familiar ou comunitária, passou a ser
interpretada em 1842 num estabelecimento sevilhano chamado Café Sin Nombre, de Silvério Franconetti, quando a ênfase mudou
para os músicos e os bailarinos,
tornando a arte mais visual e dela
subtraindo um pouco de seu aspecto místico anterior.
O temor de que o flamenco se
tornasse comercial, folclorizado
para efeitos turísticos, levou intelectuais como o poeta García Lorca e o compositor Manuel de Falla
a instituírem em 1922 um concurso destinado a manter sua pureza.
Estudiosos crêem que a forma
primordial do flamenco está no
"cante jongo" (canto profundo),
baseado em uma estrutura rítmica de 12 batidas, que reflete nas letras questões como morte, angústia, desespero e dúvidas religiosas.
Hoje, locais como o Sol Caé
Cantante ou El Tamboril têm espetáculos flamencos todas as noites. Os preços variam de acordo
com o tamanho ou a importância
do elenco e de serviços, como o
jantar, conforme informam os
concierges dos hotéis.
(JBN)
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