|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
EXPOSIÇÕES PELO MUNDO
Jóias estão à mostra no Patriarch's, em Moscou
Coleção de ovos Fabergé da era czarista volta à Russia
DA ASSOCIATED PRESS
Quinze ovos Fabergé da era czarista, que estavam nos Estados
Unidos, foram comprados pelo
bilionário russo Viktor Vekselberg com o propósito de mantê-los na Rússia.
As peças criadas pelo joalheiro
Carl Fabergé são o destaque da
mostra "Fabergé: Perdido e Recuperado", em cartaz no Patriarch's
Palace Museum, em Moscou.
Seis das jóias recém-adquiridas
foram criadas sob a encomenda
dos czares Alexandre 3º e Nicolau
2º para que eles presenteassem as
czarinas Maria e Alexandra respectivamente. As outras foram
feitas a pedido de outras personalidades, como o britânico duque
de Marlboro. O item mais valioso
da compra é o ovo da Coroação,
cujo valor estimado é de US$ 24
milhões, segundo a casa de leilões
Sotheby's.
As jóias fazem parte de uma coleção de 180 itens que Vekselberg,
vice-presidente da companhia de
petróleo TNK-BP, comprou do
publisher norte-americano Malcom S. Forbes para a fundação
cultural Bond of Times, cuja tarefa é devolver objetos de arte e cultura para a Rússia. Vekselberg é o
terceiro homem mais rico do país,
com uma fortuna estimada em
US$ 5,9 bilhões.
A compra da coleção é parte de
uma grande campanha que visa
devolver ao país a parte de seu patrimônio cultural levada para outras nações durante o desenrolar
da Revolução de 1917.
Nesse período, muitas obras de
arte da era czarista foram tiradas
da Rússia por aristocratas que fugiam das mudanças de regime.
Do que sobrou, muito foi vendido
pelas autoridades soviéticas, que,
além de precisarem de dinheiro,
eram ideologicamente contra os
excessos da aristocracia.
Desde o fim da União Soviética,
os russos ficaram cada vez mais
interessados em reaver os seus tesouros.
O representante da fundação
Bond of Times, Andrei Shtorkh,
se recusou a divulgar o valor exato
da compra da coleção Fabergé,
mas afirmou que a transação superou a casa dos US$ 100 milhões.
Assim que a compra foi anunciada, surgiram boatos de que as
peças seriam doadas para o Estado. Mas Vladimir Voronchenko,
presidente do conselho da fundação, afirmou que a coleção continuará sendo privada.
"Não vemos nada de vergonhoso em ressuscitar a tradição dos
colecionadores de arte", comentou ele. Yelena Gagarina, diretora
dos museus do Kremlin, concorda: "É necessário que todos nós
nos acostumemos com o fato de
que a propriedade privada continua sendo propriedade privada".
Atualmente, existem somente
cem colecionadores sérios no
país, entre privados e corporativos. A expectativa é que, com o
desenvolvimento do ambiente
cultural na Rússia, as coleções
particulares comecem a se multiplicar por toda a Rússia.
A fundação Bond of Times
anunciou ainda que está planejando realizar mais duas compras
com importância sociocultural
ainda maior que essa.
Texto Anterior: Veja onde comer em Sevilha e Barcelona Próximo Texto: Museu reabre acervo de Tróia Índice
|