São Paulo, segunda-feira, 24 de maio de 2004

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EXPOSIÇÕES PELO MUNDO

Jóias estão à mostra no Patriarch's, em Moscou

Coleção de ovos Fabergé da era czarista volta à Russia

DA ASSOCIATED PRESS

Quinze ovos Fabergé da era czarista, que estavam nos Estados Unidos, foram comprados pelo bilionário russo Viktor Vekselberg com o propósito de mantê-los na Rússia.
As peças criadas pelo joalheiro Carl Fabergé são o destaque da mostra "Fabergé: Perdido e Recuperado", em cartaz no Patriarch's Palace Museum, em Moscou.
Seis das jóias recém-adquiridas foram criadas sob a encomenda dos czares Alexandre 3º e Nicolau 2º para que eles presenteassem as czarinas Maria e Alexandra respectivamente. As outras foram feitas a pedido de outras personalidades, como o britânico duque de Marlboro. O item mais valioso da compra é o ovo da Coroação, cujo valor estimado é de US$ 24 milhões, segundo a casa de leilões Sotheby's.
As jóias fazem parte de uma coleção de 180 itens que Vekselberg, vice-presidente da companhia de petróleo TNK-BP, comprou do publisher norte-americano Malcom S. Forbes para a fundação cultural Bond of Times, cuja tarefa é devolver objetos de arte e cultura para a Rússia. Vekselberg é o terceiro homem mais rico do país, com uma fortuna estimada em US$ 5,9 bilhões.
A compra da coleção é parte de uma grande campanha que visa devolver ao país a parte de seu patrimônio cultural levada para outras nações durante o desenrolar da Revolução de 1917.
Nesse período, muitas obras de arte da era czarista foram tiradas da Rússia por aristocratas que fugiam das mudanças de regime. Do que sobrou, muito foi vendido pelas autoridades soviéticas, que, além de precisarem de dinheiro, eram ideologicamente contra os excessos da aristocracia.
Desde o fim da União Soviética, os russos ficaram cada vez mais interessados em reaver os seus tesouros.
O representante da fundação Bond of Times, Andrei Shtorkh, se recusou a divulgar o valor exato da compra da coleção Fabergé, mas afirmou que a transação superou a casa dos US$ 100 milhões.
Assim que a compra foi anunciada, surgiram boatos de que as peças seriam doadas para o Estado. Mas Vladimir Voronchenko, presidente do conselho da fundação, afirmou que a coleção continuará sendo privada.
"Não vemos nada de vergonhoso em ressuscitar a tradição dos colecionadores de arte", comentou ele. Yelena Gagarina, diretora dos museus do Kremlin, concorda: "É necessário que todos nós nos acostumemos com o fato de que a propriedade privada continua sendo propriedade privada".
Atualmente, existem somente cem colecionadores sérios no país, entre privados e corporativos. A expectativa é que, com o desenvolvimento do ambiente cultural na Rússia, as coleções particulares comecem a se multiplicar por toda a Rússia.
A fundação Bond of Times anunciou ainda que está planejando realizar mais duas compras com importância sociocultural ainda maior que essa.


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