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giro pelo mundo
Chipre busca crescimento do turismo religioso
MAIS DO QUE PRAIA - Destino de verão, a ilha mediterrânea
vê aumentar interesse pelo seu patrimônio cristão ortodoxo
DA REUTERS
O Chipre, ilha mediterrânea
conhecida como um dos principais destinos de sol e mar da
Europa, está determinado a explorar seu rico patrimônio para
atrair o turismo religioso.
"Somos muito mais do que
praia", protesta George Michaelides, presidente da Associação de Turismo Cultural e de
Interesse Especial.
Segundo dados oficiais do turismo cipriota, apenas 100 mil
dos 2,5 milhões de turistas que
visitam o Chipre por ano estão
em busca de monumentos culturais e religiosos. Mas esse
mercado está em crescimento
desde que o best-seller "O Código da Vinci", de Dan Brown,
publicado no Brasil em 2004,
colocou uma lente de aumento
sobre o turismo religioso.
"O Chipre sempre foi associado à religião. Antigamente,
não havia navio a caminho da
Terra Santa que não parasse
aqui. Nós também somos conhecidos como a ilha dos santos", afirma Michaelides.
Segundo a WTO, sigla em inglês para Organização Mundial
do Turismo, mais de 300 milhões de peregrinos visitam
pontos-chave religiosos pelo
mundo ao longo de cada ano.
Agora o Chipre busca dar
uma bela mordida nesse mercado para dar um empurrão no
setor, o principal da economia
local. Para isso, lançará, durante o verão, roteiros religiosos
pela primeira vez.
"O Chipre reúne uma quantidade enorme de monumentos
em pouco espaço", diz Vakis
Loizides, da CTO (sigla em inglês para Organização de Turismo do Chipre). "A relação da
ilha com santos populares como são Lázaro e são Paulo a
tornam muito atraente."
Trilhas santas
Os visitantes podem caminhar seguindo os passos de são
Paulo, que viajou da Antióquia
ao Chipre em 45 d.C., e visitar o
pilar na cidade de Paphos, onde
ele foi torturado por pregar o
cristianismo, de acordo com a
segunda epístola aos Coríntios.
Ou podem visitar a igreja de
são Lázaro, que, segundo a tradição católica, veio para o Chipre depois de sua ressurreição e
serviu como bispo na ilha. A
maior parte dos ossos foi enviada para Constantinopla no século 9º, mas os fiéis podem ver
seu crânio na igreja que leva
seu nome.
"Nós estamos acompanhando um crescimento na demanda", afirma Angelos Mylonas,
gerente de uma agência de turismo local. "Depois da publicação de "O Código da Vinci" há
um interesse crescente pelas
igrejas ortodoxas gregas."
Espalhadas sobre as montanhas Troodos, dez igrejas medievais listadas como patrimônio da humanidade pela Unesco por conta das deslumbrantes pinturas em suas paredes de
pedra são o principal ponto visitado por turistas interessados
em cultura e religião no Chipre.
"Esses turistas sabem para
onde querem ir e o que querem
ver. São informados, sabem de
lugares de que nunca ouvimos
falar", afirma Mylonas.
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