|
Próximo Texto | Índice
Colômbia
Museus sintetizam riquezas de Bogotá
De obras de Fernando Botero a peças pré-colombianas, capital alia passeios culturais à gastronomia
SILVIO CIOFFI
EDITOR DE TURISMO
Bogotá é "chévere!", gíria local para "legal": uma metrópole
aprazível de 7 milhões de habitantes onde, a despeito dos
conflitos armados no país, iniciados em 1964 com o advento
das Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia, as Farc, e
da imagem midiática, há hoje,
seguramente, menos violência
urbana organizada do que nas
grandes capitais brasileiras.
Edificada com prédios pétreos e passadistas a 2.640 m de
altitude, a capital colombiana é
a quarta mais populosa cidade
sul-americana -atrás, aliás, de
São Paulo, Rio e Buenos Aires.
Fundada em 1538, Bogotá de
Santa Fé tem temperatura média anual de 14C e se agita limitada pela cordilheira, cujo
ponto alto é o Montesserrat,
3.200 m acima do nível do mar.
O centro histórico é o bairro
da Candelária, mais popular, e
as regiões dos glutões e do comércio chique se chamam La
Cabrera e zona Rosa (onde há
bons restaurantes como Balzac, na Calle 83, 12-19; tel.: 00/
xx/57/1/610-6206; H. Sasson,
na Calle 83, 12-49; e Pesqueria
Jaramillo, no parque La 93, calle 93A, 11A-31; tel.: 00/xx/57/
1/256-5494).
Com uma praça maior (atual
praça Bolívar) e um traçado urbano regular herdado dos espanhóis, tem "calles" e "carreras",
que são vias transversais que se
estendem de sul a norte.
Os "tigúrios", que são como
os bogotanos chamam as favelas, nada "chévere!", ficam na
direção oposta à da cordilheira.
Genericamente, diz-se que
são dois os estilos arquitetônicos predominantes na capital
colombiana: o colonial, mais
espanhol, e o republicano, eclético, de inspiração européia.
No bairro da Candelária, onde está a alma da cidade, há prédios públicos, bibliotecas, tabernas, teatros e museus, com
destaque para o Donacíon Botero (www.lablaa.org/museobotero.htm), dentro de antiga
sede da Casa da Moeda/ Banco
da República (na Calle 11, 4-41;
tel.: 00/xx/57/1/343-1393).
Na pinacoteca que leva o nome do doador, o pintor Fernando Botero, há obras do artista, conhecido pela representação de figuras "gordas" -e
que, nascido em Medellín, tem
74 anos e mora na Itália.
"Procurei adquirir inicialmente quadros que estavam
próximos da minha sensibilidade", declarou o pintor, "mas,
ao contemplar a possibilidade
de formar um acervo e dedicá-lo à Colômbia, decidi dar à coleção caráter didático".
Além de óleos e desenhos, as
esculturas que Botero amealhou podem ser confrontadas a
qualquer coleção internacional
de arte contemporânea.
Entre os autores das obras
expostas no museu Donación
Botero figuram Marc Chagall,
Lucien Freud, Klimt, Fernand
Léger, Francis Bacon, De Chirico, Toulouse-Lautrec, Max
Ernst, Vuillard, Kokoschka,
Calder, Georg Grosz, Henry
Moore e Alberto Giacometti.
Ainda no bairro da Candelária, onde vale a pena passear
horas a fio, há o teatro Colón, o
parque Palomar del Príncipe, a
igreja jesuítica de Santo Inácio.
A política e as manifestações
pulsam na praça Bolívar -esta
limitada pelo palácio presidencial, o Capitólio, a catedral e o
palácio da Justiça.
Acervos nacionais
Outro acervo sem paralelo
está no museu Nacional
(www.museonacional.gov.co, na Carrera 7, 28-66;
tel.: 00/xx/57/1/334-8366), o
museu-palácio a reunir desde
objetos pré-colombianos até
obras menos conhecidas, saídas do cavalete do próprio Botero nos anos 1950 e 1960.
Aberto em 1824 em estilo colonial para ser uma fortaleza e
uma prisão, tem, por exemplo,
mapas, moedas, vestuário de
época, armamentos, obras clássicas e contemporâneas. Por
trás de sua fundação está o próprio Simón Bolívar (1783-1830), alcunhado "o Libertador", que em 1821, investido da
presidência da República, enviou para a Europa o seu vice
Antonio Zea, cuja missão era
obter apoio econômico.
Bolívar, herói nacional colombiano -e igualmente reverenciado como figura histórica
e política emblemática na Venezuela "socialista bolivariana" de Hugo Chávez-, teve sua
casa bogotana, onde morou esparsamente ao longo de dez
anos contando a partir de 1821,
transformada num singelo museu (www.quintadebolivar.gov.co), que fica na Calle 20,
número 2-91 (tel.: 00/xx/57/
1/284-6819).
Próximo Texto: Márquez vê reedição em cinco volumes Índice
|