São Paulo, quinta-feira, 25 de maio de 2006

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PARQUES NACIONAIS

Com áreas em estado precário, reserva recebeu R$ 3,5 milhões para melhoria de sua infra-estrutura

Itatiaia faz 70 anos e enfrenta desafios

DA REPORTAGEM LOCAL

O Parque Nacional de Itatiaia completa 70 anos em 2007 e pela primeira vez em décadas receberá R$ 3,5 milhões de investimentos para melhorar a infra-estrutura básica da área de quase 30 mil hectares, que poderia ser mais bem aproveitada pelo visitante se houvesse melhor sinalização e trilhas em condições de uso.
O desafio é "recuperar e modernizar" o parque, afirma Walter Behr, chefe do primeiro parque nacional brasileiro -à frente do Itatiaia desde 2005.
O programa foi lançado pela ministra Marina Silva no dia 12 de abril e será finalizado até 14 de junho de 2007. Investimento proveniente de recursos de compensações ambientais, R$ 2,5 milhões serão destinados para a renovação da infra-estrutura básica, o que significa pintura, recuperação das partes hidráulica e elétrica, compra de equipamentos e mobiliário, troca do telhado. Uma faxina total na sede do parque e no centro de visitantes.
"Há muito tempo não há uma reforma. Décadas, eu diria, sem revitalização e modernização da estrutura", diz Behr.
O restante, R$ 1 milhão, será dividido entre a sinalização e o material de divulgação (R$ 500 mil) e uma segunda etapa da revitalização do acervo e da exposição do centro de visitantes.
"A idéia é que o processo de revitalização dê as condições para que o parque possa começar a se organizar."
Segundo Behr, investimentos em parques têm retornos econômico, social e ambiental garantidos. "Países que descobriram isso, como Costa Rica e Equador, se deram bem."
Na parte baixa do parque, a mais visitada e com entrada em Itatiaia (RJ), com cerca de 80 mil visitas anuais, há duas ou três cachoeiras atualmente que têm acesso para visitantes. Também há um museu e um auditório, que precisam de reforma. Na parte alta, com portaria em Itamonte (MG), faltam sinalização e revitalização das trilhas.

Modelo
"O parque tem todas as condições de ser um parque-modelo, um parque de ponta no Brasil", diz Behr.
Embora o chefe de Itatiaia não tenha a pretensão de ter um parque no nível dos norte-americanos, para ele, há exemplares na América Latina muito bem estruturados, como o Galápagos, no Equador, o Torres del Paine, no Chile, e os parques na Costa Rica.
O parque chileno, segundo Behr, passou de 8.000 visitantes por ano para 80 mil em uma década após planejar um sistema de travessia, no qual o turista pode pernoitar no trajeto e atravessar uma região.
Em Itatiaia, hoje não há condição de abrir trilhas de travessia. "Temos que arrumar o que está aberto. O famoso Abrigo Rebouças está num estado lastimável", diz Behr. (MM)


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