São Paulo, quinta-feira, 25 de junho de 2009

Próximo Texto | Índice

O texto abaixo contém um Erramos, clique aqui para conferir a correção na versão eletrônica da Folha de S.Paulo.

GUERRA NUNCA MAIS!

Em Berlim, sinais do nazismo dão lugar a lembrança do horror

Sem sinais da arquitetura nazista, Unter der Linden é dominada por memorial para judeus assassinados

Rubens Valente/Folha Imagem
Incendiado em 1933 por nazistas e destruído na Segunda Guerra, o Reichstag foi reconstruído em 1999 e hoje abriga a sede do Parlamento Federal Alemão

RUBENS VALENTE
ENVIADO ESPECIAL A BERLIM

Nos arredores da elegante avenida Unter den Linden, o bulevar que termina no portão de Brandemburgo -o icônico portal de Berlim construído em 1719-, não há mais sinal da arquitetura que deveria ter marcado o poderio nazista.
Os prédios mais significativos do período foram devastados ou pelas bombas que desabaram sobre Berlim nos estertores da Segunda Guerra Mundial (1939-1945) ou pelos aliados nos anos do pós-guerra.
Hoje, a 70 anos do início da guerra que mudou a história do mundo -e 20 anos após a queda do Muro de Berlim, marco da Guerra Fria-, a paisagem local exibe um impactante Memorial para os Judeus Assassinados na Europa.
Projetado pelo arquiteto Peter Eisenman, ocupa 19 mil m2 na rua rebatizada de "Hannah Arendt", a intelectual que, radicada nos EUA, analisou as origens do totalitarismo nazista.
O memorial é formado por 2.711 monolitos de diferentes tamanhos. No subsolo, há um museu com uma exposição permanente sobre o massacre dos judeus na Europa durante a Segunda Guerra. Numa das salas, o sistema de voz divulga todos os nomes conhecidos dos judeus que pereceram.
Devastado no conflito, o prédio da "nova chancelaria", sede do governo alemão construída em 1939 a mando de Adolf Hitler na esquina das ruas Voss e Wilhelm, deu lugar a um prédio de apartamentos. Hitler passou ali seus últimos dias, reconstituídos na obra do escritor Joachim Fest, "A Queda", que deu origem ao filme homônimo.
Em mais um sinal de como a Alemanha quer sepultar seu passado tortuoso, a parte externa do bunker sumiu com a construção do prédio. Se algo foi mantido embaixo da terra, não é aberto aos turistas -o bunker tinha centenas de metros de túneis e alojamentos.
O local é identificado discretamente, por meio de uma placa afixada nos fundos do prédio. Nas lixeiras da região, adesivos colocados em latas de lixo condenam o neonazismo.


Próximo Texto: Polícia política: Restos de sede da Gestapo abrigam mostra sobre terror
Índice



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.