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ECOTURISMO
Cantos opostos do Planalto Central concentram observação de animais e de pinturas rupestres e banhos de cachoeira
De norte a sul, Goiás alardeia diversidade
PAULO DANIEL FARAH
ESPECIAL PARA A FOLHA, EM GOIÁS
Goiás vem se firmando como
uma boa alternativa para quem
quer observar animais em um cenário com um quê de savana africana, encontrar vestígios das primeiras ocupações humanas do
cerrado ou conhecer algumas das
centenas de cachoeiras do Estado.
As duas primeiras opções concentram-se no sudoeste goiano.
Serranópolis possui um dos mais
importantes patrimônios arqueológicos do continente americano,
com pinturas rupestres e ossadas
de até 11 mil anos. A região também é o destino ideal para quem
quer ver animais.
Descrito como "um zoológico a
céu aberto", no Parque Nacional
das Emas é possível observar milhares de espécies da flora e da
fauna brasileira: tamanduá-bandeira, anta, veado-campeiro, lobo-guará, tatu, capivara, ema,
mutum, arara e tucano.
O parque, às vezes, fica dez dias
sem receber ninguém, conta o
condutor Edmar Paes Barbosa,
47. "Até pouco tempo, esse parque estava totalmente fechado."
Segundo ele, o parque é mais
usado para pesquisa. Prova disso
é que estudos com tamanduás,
onças, cobras e insetos vêm permitindo o desenvolvimento de
pesquisas pioneiras e a observação de fatos inéditos sobre o comportamento animal.
Já no norte do cerrado goiano (a
cerca de 240 km de Brasília), a
chapada dos Veadeiros, o mais
antigo patrimônio geológico da
América do Sul, é considerada um
dos paraísos ecológicos do Brasil.
Formada há 1,8 bilhão de anos, a
região foi descoberta por sua riqueza mineral -os moradores
afirmam que há no subsolo uma
área de 200 km2 de cristal.
Em parte por causa das pedras,
a chapada dos Veadeiros é conhecida como um centro místico e
atiça os esotéricos para uma visita. Atravessada pelo Paralelo 14 (o
mesmo que trespassa Machu Picchu), a região oferece núcleos de
meditação, cultura e terapias alternativas. Alguns moradores relatam histórias de cura e de crescimento espiritual.
Montanhas, rios, córregos, corredeiras, cachoeiras e piscinas naturais complementam o cenário.
Quase sempre, a água é muito
limpa. A área mais alta do Planalto Central, a mais de 1.600 metros
acima do nível do mar, alimenta
as três maiores bacias hidrográficas do Brasil: a da Amazônia, a do
Paraná e a do São Francisco.
Criado em 1961 pelo presidente
Juscelino Kubitschek, o Parque
Nacional Chapada dos Veadeiros
(leia na pág. F7) começou a atrair
turistas na década de 80. Hoje, recebe cerca de 1.500 visitantes por
mês; em épocas de férias, o número quadruplica (em julho, foram
6.000 pessoas).
O passeio no parque começa no
povoado de São Jorge e pode estender-se por um dia inteiro nas
trilhas (há duas principais), cachoeiras, cânions e quedas-d'água -como o Salto do Rio Preto,
a Corredeiras e a Carioquinhas.
No local e em seus arredores no
norte de Goiás, a observação de
animais (à exceção de aves) é bem
menos gratificante do que aquela
feita no sudoeste do Estado.
É preciso cautela na estrada que
vai de Alto Paraíso a São Jorge (38
km) e que permite o acesso ao
parque. O cascalho pode causar
acidentes e danificar os carros.
Na chapada dos Veadeiros, vale
conhecer a história de uma comunidade remanescente de quilombo: a dos calungas (leia à pág.F6).
Ali, experiências de vida, belezas
naturais e tradições se conjugam
com a história do Brasil.
Paulo Daniel Farah viajou a convite da FreeWay e da Associação de Roteiros de Natureza e Charme da chapada dos Veadeiros
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