São Paulo, quinta-feira, 25 de setembro de 2008

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internacional

Padre Damião leva fiéis a recanto havaiano

DILEMA - Turis mo ameaça paz de local destinado a hansenianos desde 1866

DA ASSOCIATED PRESS

No Havaí, conhecido por destinos turísticos agitados como Waikiki, Kalaupapa é um local sagrado com uma história de doença e isolamento. Cerca de 8.000 pessoas morreram nessa península desde que o Reino Havaiano começou a exilar portadores de hanseníase ali, em 1866. Muitos foram deixados sozinhos para conseguir comida, abrigo e roupas.
Hoje, o interesse dos visitantes em Kalaupapa, no norte da ilha Molokai, está crescendo. E deve aumentar quando o padre Damião - que no século 19 cuidava dos doentes com hanseníase- for proclamado santo pelo Vaticano, o que provavelmente deve ocorrer no final do ano que vem.
As duas dúzias de pacientes que ainda vivem ali estão ávidos para celebrar padre Damião. Mas há um dilema: os pacientes e seus apoiadores não querem hordas de turistas perturbando a privacidade da comunidade e profanando o local.
O acesso a Kalaupapa só pode ser feito por pequenas aeronaves, lombo de mula ou trilha. Apenas cem pessoas vivem ali. O Departamento de Saúde estadual limita os visitantes a cem por dia, e cada um deve obter permissão. Em média, apenas 25 fazem a viagem.
Terryl Vencl, diretor-executivo do Maui Visitors Bureau, não tem planos de vender tours após a canonização, mas vai dar informações sobre Kalaupapa a agentes de viagens.
Henry Nalaielua, 83, paciente que se mudou para Kalaupapa em 1941, disse que "será um dia glorioso" quando padre Damião for canonizado. "Sei que todos nós esperamos que ele se torne um santo e que essa igreja se torne um santuário, em vez de apenas a igreja de padre Damião". Ainda assim, pacientes e seus apoiadores estão firmes em manter o limite de cem visitantes por dia.


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