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internacional
Padre Damião leva fiéis a recanto havaiano
DILEMA - Turis mo ameaça paz de local destinado a hansenianos desde 1866
DA ASSOCIATED PRESS
No Havaí, conhecido por destinos turísticos agitados como
Waikiki, Kalaupapa é um local
sagrado com uma história de
doença e isolamento. Cerca de
8.000 pessoas morreram nessa
península desde que o Reino
Havaiano começou a exilar
portadores de hanseníase ali,
em 1866. Muitos foram deixados sozinhos para conseguir
comida, abrigo e roupas.
Hoje, o interesse dos visitantes em Kalaupapa, no norte da
ilha Molokai, está crescendo. E
deve aumentar quando o padre
Damião - que no século 19 cuidava dos doentes com hanseníase- for proclamado santo
pelo Vaticano, o que provavelmente deve ocorrer no final do
ano que vem.
As duas dúzias de pacientes
que ainda vivem ali estão ávidos para celebrar padre Damião. Mas há um dilema: os pacientes e seus apoiadores não
querem hordas de turistas perturbando a privacidade da comunidade e profanando o local.
O acesso a Kalaupapa só pode
ser feito por pequenas aeronaves, lombo de mula ou trilha.
Apenas cem pessoas vivem ali.
O Departamento de Saúde estadual limita os visitantes a
cem por dia, e cada um deve obter permissão. Em média, apenas 25 fazem a viagem.
Terryl Vencl, diretor-executivo do Maui Visitors Bureau,
não tem planos de vender tours
após a canonização, mas vai dar
informações sobre Kalaupapa a
agentes de viagens.
Henry Nalaielua, 83, paciente que se mudou para Kalaupapa em 1941, disse que "será um
dia glorioso" quando padre Damião for canonizado. "Sei que
todos nós esperamos que ele se
torne um santo e que essa igreja
se torne um santuário, em vez
de apenas a igreja de padre Damião". Ainda assim, pacientes e
seus apoiadores estão firmes
em manter o limite de cem visitantes por dia.
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