São Paulo, quinta-feira, 25 de outubro de 2007

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

nos alpes

Edifícios históricos funcionam como hotel

QUANTO Diárias custam a partir de R$ 170, mas preço médio é R$ 675

ELIANE SILVA
ENVIADA ESPECIAL À SUÍÇA

Eles nasceram há centenas de anos, preservam sua arquitetura de época. Aparecem em todas as regiões do pequeno e desenvolvido país de 716 anos, que tem no turismo um dos pilares de sua economia. São os hotéis históricos da Suíça.
Trinta e dois dos quase 5.000 hotéis suíços são classificados como históricos. Eles navegam do extremo luxo de um palácio à simplicidade de um dois-estrelas. Todos têm na gastronomia um atrativo a mais e estão instalados em estações de inverno ou bem perto delas. As diárias começam em 62 (R$ 170), mas a média é de cerca de 253 (R$ 675). Os cinco-estrelas luxo superior têm suítes de até 7 mil (R$ 18,6 mil).
Vamos limitar nossa viagem a dois Cantões (Estados): Valais e Grisões, no sul e sudeste do país. Antes do embarque, alguns lembretes: a Suíça, que tem uma das mais altas rendas per capita do mundo, é cara para o bolso brasileiro. Uma água (600 ml) chega a custar 5 francos suíços, ou seja, R$ 8,50.

Palácio
Entrar no Badrutt's Palace Hotel, na estação de inverno St. Moritz, é voltar no tempo. De 1872, o prédio passou ao controle da família Badrutt em 1883. Coube a Johannes Badrutt apresentar aos primeiros turistas ingleses os esportes de inverno em St. Moritz. A inauguração foi em julho de 1896. Hoje, o Badrutt's Palace é sinônimo do glamour e das fortunas que freqüentam St. Moritz.
Quando se fala em história, o hotel Monte Rosa tem muito a contar. Abrigo dos pioneiros alpinistas da Matterhorn (4.478 m), foi erguido em 1853. "Eu não ficaria surpreso se visse Edward Whymper e o primeiro grupo de guias de montanhas pelos corredores", disse o professor suíço Jean-Louis Leuba, hóspede freqüente desde 1964, se referindo ao inglês pioneiro na escalada da Matterhorn.
O Monte Rosa, com hall art noveau e mobília do século 19, preserva as características de um hotel alpino centenário.
Em Flims, a uma hora de trem de Zurique, o resort Park Hotel Waldhaus, de 1877, é formado pelo Grand Hotel, o hotel Belmont e o Villa Silvana.
As construções são interligadas por uma galeria subterrânea que leva à área de entretenimento, dos anos 1920, com restaurantes, bares, sala de fumantes, museu da história dos hotéis, sala de cristais e clube. Uma pirâmide de vidro abriga o spa de 2.500 m2.

Românticos
A menos de um quilômetro do Waldhaus fica o Romantik Hotel Schweizerhof, que mantém intacta a aura da belle époque. Tendo no passado hospedado Nietzsche e Einstein por longas temporadas, o pequeno hotel com cozinha extraordinária recebe muitos hóspedes do cinema e da literatura mundial, que exigem privacidade.
Falando em hotéis tão românticos quanto históricos, quatro outros se destacam no Cantão dos Grisões: Chesa Salis Romantik, em Bever, Chesa Grischuna, em Klosters, Hotel Albrici, em Poschiavo, e Romantik Stern, em Chur. Erguida em 1590 como uma casa de fazenda de um mercador italiano, o imóvel que hoje abriga o Chesa Salis foi transformado em mansão aristocrática de três andares em 1883.
O hotel, no centro velho da vila Bever -outrora ponto de partida para a caminhada de Santiago de Compostela-, tem 18 quartos. Um deles é coberto de pinturas do século 19, outro de tecido, outro de madeira...
O Chesa Grischuna, de 1938, guarda a atmosfera das montanhas. Fundado pelo professor de esqui Hans Guller, o chalé é administrado pela filha dele, Barbara.
O livro de hóspedes relata o sucesso do hotel: já passaram por lá o príncipe Charles e seus filhos, Orson Welles, Greta Garbo, Cary Grant, Audrey Hepburn, Winston Churchill, Billy Wilder e outros.
Em Poschiavo, o hotel Albrici foi erguido em 1682 como um "palazzo". Um dos destaques do Albrici é a sala das Sibilas, decorada com vinte quadros da profetisa mitológica, além de um imenso relógio de 1781. Em Chur, o Romantik Hotel Stern, de 300 anos, tem a atmosfera das cavalgadas. O pai do dono era cavaleiro, assim como o avô e o bisavô...


ELIANE SILVA viajou a convite da Switzerland Tourism e da Swiss (companhia aérea)


Texto Anterior: EUA: Interamerican representa a NYC&Company no Brasil
Próximo Texto: Turista encontra preço salgado em lojas de Zurique
Índice


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.