São Paulo, quinta-feira, 26 de janeiro de 2006

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À CHINESA
Data faz 2 bilhões de chineses viajarem

CLÁUDIA TREVISAN
DA REPORTAGEM LOCAL

Desde a semana passada, milhares de chineses estão se apinhando em trens, ônibus e navios para encontrarem seus familiares a tempo de celebrar a chegada do ano do cachorro, no dia 29.
Feriado mais importante do país, o Ano Novo provoca uma das maiores migrações de pessoas da face da Terra, tanto quanto a peregrinação à Meca. O governo estima que serão realizadas 2 bilhões de viagens nos 40 dias próximos da data.
O Ano Novo paralisa o país por uma semana, durante a qual haverá intermináveis refeições em família e visitas a amigos.
Fora de casa, a principal atração são as feiras que ocorrem nos templos e parques. Misto de gincana e Carnaval, elas têm uma infinidade de barracas, que vendem de tudo e oferecem jogos que costumam ter como prêmio bichos de pelúcia de gosto duvidoso.
Grupos de música e de dança se apresentam em palcos montados especialmente para a ocasião e há desfile de pessoas fantasiadas com roupas da China imperial, acompanhadas de banda e carro alegórico. Nada que lembre o Carnaval brasileiro, pelo menos em Pequim. O frio, com temperaturas quase sempre negativas, exige camadas e camadas de roupa.
Apesar de ser celebrado na semana do dia 29, o Ano Novo mobiliza os chineses com antecedência. Além das milhares de viagens, as pessoas lotam os supermercados para comprar sacos enormes de arroz e ingredientes que serão usados durante as festas.
Também se dedicam a comprar roupas de cor vermelha, associada à boa sorte e à prosperidade. Em muitas lojas as prateleiras são ocupadas por calcinhas, sutiãs, cuecas e meias vermelhas.
Os chineses utilizam o calendário gregoriano para questões civis, mas o dia 1º de janeiro não é de especial importância para eles.
O novo ano chega mesmo em algum momento entre os dias 21 de janeiro e 19 de fevereiro. A data é definida de acordo com o calendário lunar e sempre coincide com a segunda lua nova posterior ao solstício de inverno -o dia mais curto do ano, que no hemisfério Norte ocorre entre os dias 21 e 23 de dezembro.
Em 2005, a data caiu no dia 9 de fevereiro, quando teve início o ano 4702, que foi o do galo.
A lenda mais comum sobre a utilização de nomes de animais diz que Buda convidou todos para uma festa, mas só 12 compareceram. Em reconhecimento, Buda batizou os anos com o nome de cada um, na seguinte ordem: rato, touro, tigre, coelho, dragão, cobra, cavalo, carneiro, macaco, galo, cachorro e porco. Hoje eles formam os ciclos do calendário e o zodíaco chinês.


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