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POLICROMIA AFRO
No interior, na Província Cabo Ocidental, fazendas aproveitam a ave por completo, das plumas à carne
Avestruz mescla refeição e divertimento
DA ENVIADA ESPECIAL À ÁFRICA DO SUL
Os "big five" não são a única
atração animal do país. Fora da
costa sul-africana, em direção ao
interior do país, na Província Cabo Ocidental, o avestruz serve de
isca (e de refeição) aos viajantes.
Em Oudtshoorn, maior cidade
da região, há inúmeras fazendas
de criação dessa ave, que enriqueceu muitas pessoas entre os séculos 19 e 20 (leia texto abaixo).
Montanhas completam o cenário
de campos áridos, ora repletos de
avestruzes, ora com plantações de
trigo, na estrada N12.
Algumas dessas fazendas recebem turistas para contar a história
dos ricos barões de plumas, além
de comercializar a carne, os ovos,
a pele e as penas do animal.
Na Safari Ostrich Show Farm, o
passeio começa com uma visita
ao local onde os avestruzes se reproduzem. Não se esqueça: só é
possível chegar perto dos ovos para tirar uma foto se o casal de pernas longas estiver distraído.
Aí vem uma série de informações sobre os métodos de reprodução do animal. O guia explica
que cada ave bota até 18 ovos por
ano -é o número máximo que as
asas do bicho conseguem cobrir
durante o período reprodutivo.
Na fazenda, porém, a produção
de um avestruz pode chegar a 60
ovos por ano -96% deles são fertilizados para gerar mais filhotes,
pois a carne do avestruz é lucrativa. Para alcançar tamanha produção, os criadores retiram os ovos
para enganar o animal, que continua botando ovos de dois em dois
dias depois do acasalamento.
Penas, para que te quero!
Os interessados em saber mais
sobre a riqueza que esse animal
trouxe para a região seguem para
um pequeno museu, onde há fotos sobre o "feather boom" (o
boom das penas, em inglês) e
ovos usados como enfeites.
Já bem informados sobre a criação do avestruz e sobre a história
do animal na região, entre outras
curiosidades, os turistas podem
tirar uma foto montados na ave,
que não aparenta ficar à vontade
diante de tantas câmeras. Mas a
tortura do bicho não chegou ao
fim: há ainda uma corrida de
avestruzes (que têm a cabeça coberta por um pano) no final.
Depois é só provar a carne de
avestruz -que estava mais dura
do que o normal- no restaurante da fazenda (www.safarios
trich.co.za). Se ainda aguentar
mais avestruz, a lojinha de "curios" (suvenires) vende de chaveiros a livros sobre o animal.
(GABRIELA ROMEU)
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