DA ENVIADA ESPECIAL

O chuvisco que vinha embalando o começo de tarde se transforma em chuva forte quando a lancha parte para o passeio no lago St. Lucia, na reserva iSimangaliso, em KwaZulu-Natal. "Com esse tempo, os crocodilos vão se esconder, mas veremos muitos hipopótamos", avisa o guia e piloto.
Os turistas descobrem em poucos minutos que ele não estava sendo otimista. O primeiro grupo de hipopótamos surge ao longe, mostrando apenas parte do dorso e da cabeça. É o primeiro de muitos grupos desse mamífero que serão avistados durante o passeio.
O lago St. Lucia é o coração dessa reserva natural que até pouco tempo levava seu nome, Greater St. Lucia Wetlands Reserve. Com 368 km2, o lago de águas salgadas faz parte do maior sistema estuarino de toda a África. Sua profundidade, que em média é de apenas 1 metro, e a salinidade de suas águas variam de acordo com a época do ano.
Um passeio de barco é a melhor maneira de observar hipopótamos, crocodilos e aves que abundam no local. Os passeios duram cerca de duas horas e são feitos por várias operadoras (veja abaixo). O preço varia de 100 rands (R$ 20,50) a 150 rands (R$ 30,10) por pessoa.
A reserva, declarada patrimônio da humanidade pela Unesco no fim de 1999, é o destino para quem quer conhecer o que há na vida natural sul-africana além dos onipresentes animais chamados de "big five", ou "cinco grandes", os mais procurados durante safáris fotográficos: leão, leopardo, elefante, búfalo e rinoceronte.
De acordo com os guias turísticos, a região é a única no mundo onde hipopótamos, crocodilos e tubarões podem ser encontrados na mesma área. Além disso, o parque engloba cinco ecossistemas diferentes, com grande variedade de fauna e vida marinha.
A reserva de iSimangaliso é um verdadeiro paraíso para os observadores de pássaros, com mais de 526 espécies, incluindo a águia-pescadora africana e, dependendo da época do ano, bandos de flamingos.

De volta
O passeio de barco continua pelas águas rasas do lago. Numa das margens lamacentas, um crocodilo finalmente resolve enfrentar o frio e dar o ar da graça, observado por garças e outros pássaros de uma distância segura enquanto permanece imóvel, como uma escultura à beira do lago.
Depois de cerca de uma hora e meia de viagem, o barco começa a retornar para o píer, passando de novo pelos vários grupos de hipopótamos no caminho. Com ou sem chuva, o passeio vale a pena. (MARINA DELLA VALLE)

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