São Paulo, segunda-feira, 26 de novembro de 2001

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AÇÃO NOS ALPES

Conhecer culinária local é "exercício" que oferece ao turista chance de provar de queijos a bochecha de porco

Região põe iguarias exóticas à boa mesa

DO ENVIADO ESPECIAL À FRANÇA

Alguns consideram exagero; outros, a mais pura verdade. Entretanto, no embate entre Lyon, que se autoproclama "capital mundial da gastronomia", e outras cidades com indubitáveis qualidades gastronômicas, quem sai ganhando é o turista, que pode fazer de seu julgamento um agradável "exercício" -desde que a preocupação com a balança não faça parte do menu do dia.
Região com grande concentração de restaurantes bem classificados pelo guia Michelin -ponto de referência para quem busca comida de qualidade-, Lyon é famosa por sua culinária desde o século 18, quando a burguesia lionesa já considerava as finas refeições como símbolo máximo do "savoir vivre" (saber viver).
Entre os pratos típicos destacam-se os derivados de carne de porco, como presunto com trufas, além de almôndegas ("quenelles") e salada de chicória com ovos mexidos e bacon, entre muitos exemplos, nem sempre de fácil adaptação ao paladar brasileiro.
A dica é experimentar sem preconceitos. Pernas de rãs, bochecha de porco, tripas e pés de bezerros são algumas das opções no mínimo exóticas para brasileiros.
Se já é difícil escolher entre as inúmeras opções do cardápio (um desafio até para pessoas fluentes em francês), mais complicado ainda é decidir onde comer. De restaurantes sofisticados aos tradicionais "bouchons" (parecidos com os bistrôs de Paris), quem não conhece a cidade vive um duro dilema na hora de escolher entre tantas alternativas.
Entre os restaurantes gastronômicos, que geralmente trazem pratos assinados por importantes chefs e apresentam ambiente luxuoso, um dos preferidos por turistas é o L'Arc en Ciel.
Parte do mais alto hotel da Europa, o Le Méridien Part-Dieu, com 108 m de altura, o L'Arc en Ciel tem na fantástica vista que oferece sua maior atração. Os preços não são dos mais econômicos: entrada, prato principal, queijos e sobremesa podem custar até US$ 80 por pessoa (fora o vinho).
Outro local concorrido é o restaurante do hotel Cour des Loges. Com pratos de apresentação impecável e gosto refinado, a casa do chef Nicolas le Bec leva uma vantagem adicional: fica no belo saguão renascentista do hotel. É também nos arredores de Lyon que fica o restaurante de Paul Bocuse, há mais de 35 anos ostentando três estrelas do guia Michelin.
Para aproveitar bem a vida gastronômica de Lyon, é preciso entender também que a refeição ainda é um momento importante no dia dos franceses. Não ter pressa é a regra número um, já que cada refeição pode demorar no mínimo duas horas. Após o almoço, ainda é comum a sesta.
O mais curioso é a quantidade de etapas de cada refeição: em alguns restaurantes, chega-se a trocar de pratos oito vezes!
Outra diferença da cultura brasileira é o prato de queijos, que os franceses comem como digestivo logo após o prato principal. Quem for a Lyon também não deve deixar de provar alguns dos queijos da região, como o St. Félicien e o cremoso Saint Marcelin. (CA)


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