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AÇÃO NOS ALPES
Conhecer culinária local é "exercício" que oferece ao turista chance de provar de queijos a bochecha de porco
Região põe iguarias exóticas à boa mesa
DO ENVIADO ESPECIAL À FRANÇA
Alguns consideram exagero;
outros, a mais pura verdade. Entretanto, no embate entre Lyon,
que se autoproclama "capital
mundial da gastronomia", e outras cidades com indubitáveis
qualidades gastronômicas, quem
sai ganhando é o turista, que pode
fazer de seu julgamento um agradável "exercício" -desde que a
preocupação com a balança não
faça parte do menu do dia.
Região com grande concentração de restaurantes bem classificados pelo guia Michelin -ponto
de referência para quem busca comida de qualidade-, Lyon é famosa por sua culinária desde o século 18, quando a burguesia lionesa já considerava as finas refeições
como símbolo máximo do "savoir vivre" (saber viver).
Entre os pratos típicos destacam-se os derivados de carne de
porco, como presunto com trufas,
além de almôndegas ("quenelles") e salada de chicória com
ovos mexidos e bacon, entre muitos exemplos, nem sempre de fácil
adaptação ao paladar brasileiro.
A dica é experimentar sem preconceitos. Pernas de rãs, bochecha de porco, tripas e pés de bezerros são algumas das opções no
mínimo exóticas para brasileiros.
Se já é difícil escolher entre as
inúmeras opções do cardápio
(um desafio até para pessoas
fluentes em francês), mais complicado ainda é decidir onde comer. De restaurantes sofisticados
aos tradicionais "bouchons" (parecidos com os bistrôs de Paris),
quem não conhece a cidade vive
um duro dilema na hora de escolher entre tantas alternativas.
Entre os restaurantes gastronômicos, que geralmente trazem
pratos assinados por importantes
chefs e apresentam ambiente luxuoso, um dos preferidos por turistas é o L'Arc en Ciel.
Parte do mais alto hotel da Europa, o Le Méridien Part-Dieu,
com 108 m de altura, o L'Arc en
Ciel tem na fantástica vista que
oferece sua maior atração. Os preços não são dos mais econômicos:
entrada, prato principal, queijos e
sobremesa podem custar até US$
80 por pessoa (fora o vinho).
Outro local concorrido é o restaurante do hotel Cour des Loges.
Com pratos de apresentação impecável e gosto refinado, a casa do
chef Nicolas le Bec leva uma vantagem adicional: fica no belo saguão renascentista do hotel. É
também nos arredores de Lyon
que fica o restaurante de Paul Bocuse, há mais de 35 anos ostentando três estrelas do guia Michelin.
Para aproveitar bem a vida gastronômica de Lyon, é preciso entender também que a refeição
ainda é um momento importante
no dia dos franceses. Não ter pressa é a regra número um, já que cada refeição pode demorar no mínimo duas horas. Após o almoço,
ainda é comum a sesta.
O mais curioso é a quantidade
de etapas de cada refeição: em alguns restaurantes, chega-se a trocar de pratos oito vezes!
Outra diferença da cultura brasileira é o prato de queijos, que os
franceses comem como digestivo
logo após o prato principal. Quem
for a Lyon também não deve deixar de provar alguns dos queijos
da região, como o St. Félicien e o
cremoso Saint Marcelin.
(CA)
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