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HOTELARIA
Realizar apenas parte dos estudos no exterior é opção para evitar gastos que superam US$ 14,5 mil por ano
Brasileiros fazem curso "sanduíche"
DO ENVIADO ESPECIAL À SUÍÇA
Mesmo com todos os atrativos
de um diploma obtido na Suíça,
berço do ensino em hotelaria,
custear um curso à beira dos Alpes não é investimento corriqueiro. Sai por cerca de US$ 14,5 mil
(por volta de R$ 37 mil) por ano.
Por isso muitos brasileiros optam por apenas complementar os
seus estudos na Europa, frequentando um ou dois anos por lá.
Escolas de hotelaria como a Les
Roches, em Bluche, e a SHMS, em
Caux/Montreux, costumam reconhecer o currículo adotado em
instituições de ensino brasileiras.
"Alunos nossos formados em
tecnologia em hotelaria costumam cursar mais dois anos na
Suíça e voltar de lá como bacharéis", conta Ana Lúzia Magalhães
Carneiro, coordenadora de graduação da Faculdade Senac de
Turismo e Hotelaria de São Paulo.
Para ela, não há grandes diferenças na estrutura curricular entre as escolas brasileiras e as suíças, a não ser na carga horária.
Monica Morejon, reitora da
Unibero, de São Paulo, aponta
outro trunfo suíço: o incentivo ao
estágio e às atividades práticas. Na
SHMS, os alunos têm dedicação
em período integral. Além disso,
estudam praticamente um semestre e trabalham no seguinte.
"Outro ponto positivo é a chance que o estudante tem de aprender inglês, francês, alemão e até
uma quarta língua, dependendo
do companheiro de quarto e dos
amigos da escola", avalia Monica.
Como aspecto negativo, Ana
Lúzia aponta a falta de atividades
práticas de recepção, reservas e
governança. "Dão mais ênfase ao
setor de alimentos e bebidas", diz.
Apesar de já receber brasileiros
que querem complementar os estudos, a SHMS está fechando
acordos formais com o Senac e a
Unibero. Monica Morejon exemplifica: "O aluno da universidade
poderá realizar o terceiro ano na
Suíça e cumprir o quarto ano aqui
no Brasil para fazer jus a diplomas
importantes e reconhecidos".
Atividade em alta
Após cursar dois anos no Senac,
Alexandre Molari Espindola, 23,
decidiu continuar os estudos na
Europa. "Sair com um diploma
suíço conta muito no mercado de
trabalho", afirma o estudante,
que atualmente busca o título de
bacharel pela SHMS.
De fato, o setor de hotelaria vem
pilotando uma curva ascendente.
Só em cursos de nível superior no
país, o número passou de sete, em
1991, para cerca de 90, em 1999,
segundo a Abdeth (Associação
Brasileira de Dirigentes das Escolas de Turismo e de Hotelaria).
Perto de 9.000 novos alunos se
matriculam por ano nesses cursos, calcula José Ruy Veloso Campos, presidente da associação.
O mercado de trabalho também
cresce. A Abih-SP (Associação
Brasileira da Indústria de Hotéis)
calcula em 18 mil o número de estabelecimentos de hospedagem
em funcionamento no país.
Estima-se a construção de no
mínimo 300 novos hotéis de porte
médio até o final do próximo ano.
Na capital paulista, a hotelaria já é
responsável por cerca de 60 mil
empregos, diretos e indiretos.
Para especialistas da área, o setor se profissionaliza mais. E isso
indica, teoricamente, um reconhecimento maior a quem tem
boa formação para mostrar no
currículo. Hoje o salário de um
gerente de hotel chega à casa dos
R$ 9.000, segundo a consultoria
de recursos humanos Manager.
(CLEBER MARTINS)
Abdeth: www.abdeth.com.br
Glion Hotel School: www.glion.ch
Les Roches: www.les-roches.ch
Senac-SP: www.sp.senac.br
SHMS: www.shms.com
Unibero: www.unibero.br
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