São Paulo, segunda-feira, 27 de maio de 2002

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TENDÊNCIAS

Segundo diretor da Accor, 40% do mercado mundial se restringe a 50 grupos hoteleiros

Concentração de redes de hotéis é forte

DA REDAÇÃO

Diretor-geral da Hotelaria Accor Brasil, Roland de Bonadona é guardião dos segredos hoteleiros do grupo no país. Capitaneando a expansão da empresa no segmento de hotéis econômicos e também no mercado cinco estrelas, ele diz que "as redes novas tendem a ser sorvidas pelas grandes", que detêm 40% do mercado mundial. (SC)

TENDÊNCIA - "A Accor é o maior operador hoteleiro do mundo. Dentro dos grupos mundiais, que estão cada vez mais concentrando a hotelaria, a Accor é o terceiro em número de hotéis. Outras megaempresas atuam no setor, como Cendant [que detém as marcas Days Inn e Howard Johnson] e Six Continents [Inter-Continetal e Holiday Inn]. Depois vêm os grupos Accor e Marriott, quase empatados -o Marriott tem 150 apartamentos a mais, nós temos um número maior de hotéis.
A concentração é forte. Os 50 maiores grupos mundiais detêm 150 marcas e ocupam o espaço de 40% da rede hoteleira mundial, reunindo um total de 4 milhões de apartamentos."

GLOBALIZAÇÃO - "Essa concentração das redes hoteleiras é um fenômeno mundial. As pessoas viajam para outros países cada vez mais e, assim, as redes saíram das fronteiras nacionais. Também usaram canais de distribuição que são internacionais, avançaram pelos sistemas de reservas, passaram a utilizar a internet. Se os hotéis estão presentes no mundo inteiro, como é o caso das grandes redes, é preciso ter condições de captar dinheiro em vários mercados, fazer parcerias internacionais, coisa difícil de fazer se você não tem concentração de recursos.
Redes novas tendem a ser sorvidas pelas grandes. Haverá sempre alguém, como os Fasano, em São Paulo, fazendo um pequeno hotel charmoso -e isso é maravilhoso-, mas os grupos globais vão continuar sua expansão."

ESTRATÉGIA - "Chegamos aqui há 25 anos com uma estratégia: implantar no Brasil as nossas várias marcas, que são segmentadas justamente para atender os vários tipos de público, de viajantes. Assim, temos desde marcas supereconômicas, hotéis simples, mas muito confortáveis e modernos, até opções ultra-sofisticadas, como o Sofitel, para quem quer todo o conforto e não tem muito problema de quanto gastar. Assim temos desde o Formule 1 [R$ 50/noite], depois o Ibis [pernoites de R$ 80/R$ 90], o Novotel e o Mercure [diárias de R$ 120/R$150] e finalmente o Sofitel [mais de R$ 300].
Trabalhamos vários conceitos e, dependendo do orçamento, do tipo de conforto que o cliente quer, temos um produto. Esses estão posicionados de acordo com os locais: os cinco estrelas estão nas cidades com trânsito internacional; os quatro estrelas, nas grandes capitais e nos centros econômicos; os de três estrelas ficam em municípios de 60 mil ou 70 mil habitantes; e, finalmente, os hotéis supereconômicos, ficam primordialmente em grandes aglomerações de mais de 1 milhão de habitantes.
Essa estratégia é desenvolvida com um pouco de "oportunismo". Fazemos hotéis inicialmente em cidades onde há maior visibilidade. O primeiro Sofitel apareceu, no Brasil, em São Paulo; o primeiro Formule 1, também. Mas depois vamos atrás de lugares diferentes, nos juntamos a investidores que ajudam a Accor a alavancar desenvolvimento. Outro fator importante é a competição entre os grupos hoteleiros, pois não adianta fazer um três estrelas numa cidade do interior onde já existem três ou quatro hotéis desse padrão.

RUMOS - "A Accor é uma empresa que inova. Quando fizemos o Novotel no Morumbi, não havia hotel na região sul da cidade de São Paulo -e, hoje, há ali imensa oferta hoteleira. Com o Ibis, a primeira rede de hotelaria econômica, fizemos o mesmo, implantando hotéis na zona norte da capital."


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