São Paulo, quinta-feira, 27 de julho de 2006

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FRIO CHILENO

Portillo encerra as sextas-feiras com descida de tochas

Complexo dá atenção a toda a família, mas não esquece aventureiros, que saltam de helicóptero na neve

CAIO GUATELLI
ENVIADO ESPECIAL A PORTILLO

Vizinha do pico do Aconcágua e da fronteira argentina, a estação de esqui Portillo fica 2.870 m acima do mar e reúne infra-estrutura para praticantes de esportes de inverno. Duas horas e meia distante de Santiago, fica a nordeste da capital chilena. O caminho para o alto dos Andes é bem íngreme, cheio de ziguezagues em meio a penhascos nevados.
Carros e enormes caminhões dividem as centenas de curvas da estrada que leva ao passo Cristo Redentor, uma das fronteira do Chile com a Argentina. A poucos metros dali fica Portillo, um dos mais antigos centros de esqui dos Andes e freqüentado por famílias.
Fundada em 1949, a estação já foi o palco do Campeonato Mundial de Esqui em 1966, o único disputado na América do Sul. Até hoje a estrutura original é preservada, a arquitetura robusta deixa clara a idade do prédio, que, apesar do moderno sistema de calefação, ainda conserva as antigas caldeiras a óleo da época de sua fundação.
Já os teleféricos foram todos substituídos. No total são 13 "ski-lifts", entre os que têm cadeiras quádruplas, triplas e duplas e os entrepernas.
As pistas de Portillo oferecem vários níveis de dificuldade, das verdes, classificação para principiantes, até as pretas, para profissionais. No total, a estação contabiliza 18 pistas monitoradas.
Há ainda a possibilidade de alcançar as mais altas encostas de neve em helicóptero. Esse serviço, chamado de "heliski", é oferecido à parte e funciona exclusivamente para esquiadores capazes de enfrentar grandes inclinações, em ângulos maiores que os de 50.
E, enquanto eles encaram a neve virgem das montanhas, famílias esquiam em Portillo, acompanhadas de instrutores, sempre preparados para atender dos mais inexperientes aos mais malucos, que atravessam o penhasco de rochas pontiagudas da Gargantilla.
Quando se cansa de deslizar nas encostas, o viajante pode optar por caminhar calmamente sobre elas. Faz isso com o "snowshoe", bota que traz uma raquete acoplada a sua sola e possibilita a caminhada na neve fofa -sem o "snowshoe", o pé afunda até os joelhos.
Todos os equipamentos de esqui e snowboard estão disponíveis para aluguel em Portillo. A exceção são as calças e os casacos, que devem ser levados ou alugados ainda em Santiago.
Portillo tem três restaurantes, um deles, o Tio Bobs, fica no ponto mais alto da estação, o Plateau. Lá só se chega de teleférico e, com exceção das quintas, dia em que se pode descer em teleférico, a única via de volta é uma pista de nível azul (para experientes).
Toda sexta, às 20h, acontece a descida de tochas, uma atração comum em estações de esqui, em que hóspedes e instrutores descem a montanha empunhando tochas que iluminam a montanha à noite. É um espetáculo rápido, de dois minutos, mas vale a pena. Para os que se cansam rápido, há uma piscina do lado de fora do hotel: a água é aquecida a 36C e há neve nas bordas.


O repórter-fotográfico Caio Guatelli viajou a convite de Portillo e da LAN


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