São Paulo, quinta-feira, 27 de julho de 2006

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FRIO CHILENO

Truque fácil engana a câmara na neve

Sem ludibriar fotômetro, foto sai escura; câmara digital tem modo que compensa luz automaticamente

DO ENVIADO ESPECIAL A PORTILLO

Fotografar a neve pela primeira vez é como debutar no esqui. Você vai desequilibrar, tomar uns tombinhos, mas no final ficará satisfeito. Como no esqui, o importante é entender como funciona e, na hora de usar, respeitar algumas regras.
Toda câmara moderna tem um fotômetro, um mecanismo medidor de intensidade de luz. Ele analisa a luz ambiente e, por um cálculo médio entre as luzes mais intensas e as sombras, determina o tempo de exposição do sensor digital ou do filme. Por ser branca, a neve reflete quase toda a luz que capta, diferentemente da maioria das matérias achadas na terra (que em média refletem 18% da luz recebida, valor para o qual está ajustado o tal fotômetro).
Se for voltada a uma montanha nevada, a câmara fotográfica interpretará essa cena como muito iluminada e determinará um tempo curtíssimo de exposição do filme ou sensor, resultando numa fotografia subexposta, ou seja, escura.
Assim, temos que "enganar" o fotômetro antes que comecemos a fotografar em cenários com muita neve. Um truque muito bom para quem usa filme é carregar a câmara com um do tipo ISO 400 e ajustá-la manualmente para o ISO 100. Essa dica basta para quem usa filme.
As digitais mais modernas já vêm equipadas com o modo neve, que, se acionado, faz automaticamente a compensação ao medir a luz. Para quem ainda não tem uma dessas modernosas, a solução é chegar bem perto daquilo a ser fotografado, fazendo que as pessoas ou os objetos ocupem metade ou mais que a metade do enquadramento. Ainda assim, tente posicioná-los fora de sombras.
Uma ou outra foto pode sair escura, ou até clara. É como o primeiro esqui: do topo ao pé da montanha é metade em pé, metade rolando...
Existe também o cartão cinza, uma ferramenta usada por fotógrafos para mensurar a luz de um ambiente. Nada mais é que um pedaço de papel pintado em um tom de cinza. Em câmaras amadoras, ele é inútil.
Com uma câmara manual em uma mão e o cartão em outra, analise a cena a ser fotografada e coloque o cartão na posição onde se encontra o elemento principal da cena, enquadre o cartão em uma área igual (ou maior) à metade do quadro, analise o valor de exposição exibido pelo fotômetro em tal enquadramento e o mantenha para captar a fotografia ideal.
Essas dicas ajudam, mas, como hoje em dia há centenas de câmaras diferentes, uma mais avançada que a outra, não há nada melhor do que ler o manual do usuário de sua câmara. Quanto ao manual do usuário de esquis... (CAIO GUATELLI)


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