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Botsuana doa bichos a Angola
DA REUTERS
Um projeto polêmico de reintroduzir vida animal a Angola,
país que vem sendo devastado pela guerra civil, ganhou impulso
com a promessa de doação de 300
elefantes de Botsuana .
A Fundação Kissama, grupo
privado criado para reabilitar os
parques nacionais de Angola,
afirmou que duas famílias dos paquidermes, com entre 15 e 20 elefantes, seriam capturados em
Botsuana no início de setembro
para serem juntados a 15 outros
exemplares doados pela África do
Sul no ano passado. Os outros devem sair de Botsuana mais tarde.
Grupos de defesa dos animais
aprovam o projeto, mas se preocupam com a segurança da vida
selvagem num país que está sendo devastado pela guerra civil
desde a independência em relação a Portugal, em 1975. Segundo
a fundação, que reúne ambientalistas de Angola e da África do Sul,
os 20 mil hectares do parque são
protegidos por uma cerca elétrica
e por 40 guardas florestais.
Uma das alternativas levantadas
por Botsuana para resolver o problema da superpopulação de mais
de 100 mil elefantes é o sacrifício
de alguns deles. "Realocar animais é mais humano que matá-los", diz Jason Bell, diretor do
Fundo Internacional para o Bem-Estar Animal (Ifaw), de Johannesburgo (na África do Sul).
"Mas queremos que a Fundação
Kissama assegure que qualquer
decisão seja baseada em avaliações da capacidade de policiamento em Angola e que a instabilidade política do país seja sempre
levada em consideração."
Nos anos 80, rebeldes da Unita
(guerrilha de direita) mataram
muitos elefantes e rinocerontes
para vender marfim e chifres com
o objetivo de manter o grupo.
Com a guerra, os observadores
não acreditam no plano do governo de recuperar o turismo reabastecendo a fauna. Os planos de realocar mil elefantes do parque Kruger (África do Sul) para Moçambique é visto como mais viável
porque a guerra civil do país acabou há quase uma década.
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