São Paulo, segunda-feira, 27 de agosto de 2001

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Botsuana doa bichos a Angola

DA REUTERS

Um projeto polêmico de reintroduzir vida animal a Angola, país que vem sendo devastado pela guerra civil, ganhou impulso com a promessa de doação de 300 elefantes de Botsuana .
A Fundação Kissama, grupo privado criado para reabilitar os parques nacionais de Angola, afirmou que duas famílias dos paquidermes, com entre 15 e 20 elefantes, seriam capturados em Botsuana no início de setembro para serem juntados a 15 outros exemplares doados pela África do Sul no ano passado. Os outros devem sair de Botsuana mais tarde.
Grupos de defesa dos animais aprovam o projeto, mas se preocupam com a segurança da vida selvagem num país que está sendo devastado pela guerra civil desde a independência em relação a Portugal, em 1975. Segundo a fundação, que reúne ambientalistas de Angola e da África do Sul, os 20 mil hectares do parque são protegidos por uma cerca elétrica e por 40 guardas florestais.
Uma das alternativas levantadas por Botsuana para resolver o problema da superpopulação de mais de 100 mil elefantes é o sacrifício de alguns deles. "Realocar animais é mais humano que matá-los", diz Jason Bell, diretor do Fundo Internacional para o Bem-Estar Animal (Ifaw), de Johannesburgo (na África do Sul).
"Mas queremos que a Fundação Kissama assegure que qualquer decisão seja baseada em avaliações da capacidade de policiamento em Angola e que a instabilidade política do país seja sempre levada em consideração."
Nos anos 80, rebeldes da Unita (guerrilha de direita) mataram muitos elefantes e rinocerontes para vender marfim e chifres com o objetivo de manter o grupo.
Com a guerra, os observadores não acreditam no plano do governo de recuperar o turismo reabastecendo a fauna. Os planos de realocar mil elefantes do parque Kruger (África do Sul) para Moçambique é visto como mais viável porque a guerra civil do país acabou há quase uma década.



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