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MUSEU DE TUDO
Instituições com acervo de arte contemporânea foram as mais citadas por profissionais da área
Masp e MoMA são preferidos por 15 artistas e curadores
DA REPORTAGEM LOCAL
A Folha convidou 15 críticos,
curadores e artistas plásticos brasileiros para escolher os seus museus nacionais e estrangeiros prediletos. Foram citados 43 museus
no mundo, sendo 13 no Brasil.
Os nomes mais lembrados foram Masp, em São Paulo, MoMA
de Nova York, que será reaberto
em novembro, e Prado, em Madri
-com seis menções cada um-,
Frick Collection e Metropolitan,
também em Nova York, Louvre,
em Paris, e Tate Modern, em Londres, com três cada um. E, de todos os museus, Masp e MoMA
despontam como os mais caros
aos artistas e curadores.
Além dos tradicionais Louvre,
em Paris, do Altes Museum, em
Berlim, e do British Museum, em
Londres, museólogos e artistas
indicam outras instituições fora
do "roteirão" básico indicado pela maioria dos guias de turismo,
como o Museu de Palenteologia
de Santana do Cariri, no Ceará, o
Museu Arqueológico de Sambaqui, em Joinville (SC), ou o Museu
de Arte Antiga de Lisboa, o Sir John
Soane, em Londres, e o Jacquemart-André, em Paris.
A lista detalhada, com a escolha
e o motivo da predileção, pode ser
conferida na página F4 desta edição e servir de guia para os turistas que quiserem dedicar algum
tempo de suas viagens, enveredando-se pelos corredores, entre
telas e esculturas.
Parte importante da receita do
turismo mundial pode ser creditada aos museus. Alguns deles
não só foram responsáveis pela
introdução de um novo destino
turístico como produziram efeitos econômicos positivos.
É o caso de Bilbao, na Espanha.
Desde a inauguração do Guggenheim Bilbao, em 1997, numa antiga área degradada da cidade,
houve um reposicionamento turístico ali. Segundo um estudo
realizado a pedido do museu pela
consultoria K, o impacto do Guggenheim sobre a economia na região alcançou a cifra de 817 milhões. Os efeitos diretos e indiretos depois do Guggenheim representam 0,4% do PIB produzido
pela economia basca e 0,5% de todos os empregos da região.
Ainda na Espanha, Madri quer
se tornar a capital cultural do
mundo com a modernização e a
ampliação de três dos seus principais museus -Prado, Reina Sofia
e Thyssen-Bornemisza-, que,
juntos, podem atrair 7 milhões de
visitantes por ano. O governo espanhol já investiu mais de 147
milhões nas obras.
Também na Alemanha, o turismo na capital do país, que tem 3,4
milhões de habitantes, foi beneficiado pela exposição do MoMA
que aconteceu no Museu Nacional de Berlim e terminou no final
de semana passado. Foram mais
de 1 milhão de visitantes, sendo
que cerca de 70% deles vieram de
outras localidades.
Museu do coração
A Folha pediu a cada um dos
convidados -dentre os quais
Teixeira Coelho, Nelson Leirner,
Laura Vinci e Agnaldo Farias-
que escolhesse cinco museus de
sua preferência e depois elegesse
o seu favorito. A decisão de cada
um não foi baseada exclusivamente na importância, na representatividade ou no tamanho do
museu. Foi levada em consideração a relação afetiva que os artistas e curadores mantêm com a
história, o acervo ou a arquitetura
da instituição.
"Ainda que hoje em dia tenha
vontade de chorar quando penso
nele, o Masp é e sempre será o
museu do meu coração", justifica
o crítico e ex-diretor do MAM-RJ,
Agnaldo Farias.
Alguns convidados manifestaram dificuldade ao ter de nomear
cinco museus: "Misericórida!",
"Poxa" e "Se houver uma lista dos
20 [preferidos] ligue-me de novo"
foram algumas frases usadas.
Apesar da riqueza da arte italiana, apenas um museu da Itália, a
Galeria Uffizi, em Florença, foi citado. "Há poucos museus italianos de arte moderna e contemporânea. As pessoas ligadas à arte
geralmente se lembram mais de
museus desses períodos. A Itália
tem muitos museus de arte antiga. Em arte moderna e contemporânea, ninguém bate os museus norte-americanos ou ingleses", diz Lorenzo Mammì, diretor
do Centro Universitário Maria
Antonia, ao ser convidado a interpretar o motivo de só um museu
italiano figurar entre as escolhas.
Mammì acerta na mosca: entre
os citados, há dez museus norte-americanos e quatro do Reino
Unido. Entre os outros países a
sediar instituições listadas estão
França, com quatro museus, Alemanha, com três, e Espanha, com
dois. São mencionados um museu de cada um dos seguintes países: Portugal, Holanda, Dinamarca, Japão, Argentina e México.
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