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CARIBENHA
Ilha declarada reserva da biosfera pela Unesco fica à margem das mazelas e das turbulências colombianas
Arquipélago de San Andrés é reserva natural e tem 27 km2
MARCELO SAKATE
ENVIADO ESPECIAL A SAN ANDRÉS (COLÔMBIA)
A 600 km da América do Sul, no
mar do Caribe, o arquipélago colombiano de San Andrés, Providência e Santa Catalina parece um
mundo à parte em meio à turbulência político-social do continente e às notícias sobre narcotráfico
e guerrilha na Colômbia.
Com população estimada em 70
mil pessoas e 44 km2 de área, o arquipélago é formado pelas três
ilhas grandes que lhe emprestam
o nome e pouco mais de uma dezena de ilhotas e recifes. Foi declarado reserva da biosfera pela
Unesco no início da década, por
conta de seu ecossistema.
A ilha de San Andrés é a principal. Com 27 km2, tem a forma de
um cavalo-marinho, alto e magro
-a parte mais larga tem só 3 km
de comprimento. A ilha é a mais
povoada do arquipélago e abriga
um centro comercial e hoteleiro
movimentado, incluindo lojas de
grifes internacionais.
O contraste entre turistas, especialmente canadenses, e nativos é
evidente, mas a convivência aparenta ser pacífica. A vocação turística do local já integra o dia-a-dia
da população.
Talvez uma das melhores maneiras de conhecer San Andrés seja alugar um carro ou uma moto e
contratar um guia local. Uma estrada de mão dupla, em bom estado de conservação em quase todo
o seu percurso, circunda a ilha.
São 33 km de extensão, o que permite apreciar em um dia tanto as
praias do que pode ser considerada a costa leste como as rochas do
lado oeste.
As belezas naturais são o principal chamariz. São inúmeras
praias de areia branca, mar calmo
e águas cristalinas e mornas,
ideais para o descanso. Perto do
centro está a praia de Sprat Bight,
uma das preferidas dos nativos e
de fácil acesso. Atualmente, o governo local promove uma reforma no calçadão.
Tamanha é a calmaria no mar
que crianças nativas praticam
snorkel nas piscinas naturais que
se formam nas barreiras de recifes
próximas à praia. Esse, aliás, é um
dos esportes preferidos da população. O mais querido, porém,
praticado em campos de terra, é o
beisebol, tão popular como em
outras ilhas do Caribe, pródigas
em revelar craques para a liga
profissional dos EUA.
No calçadão de Sprat Bight, o
hábito é outro. Nativas convidam
o turista (mulher ou homem) a
trançar os cabelos. O preço não
passa de 10 mil pesos colombianos, algo em torno de R$ 12.
Em direção ao sul, na costa leste,
estão as praias mais freqüentadas
pelos forasteiros. Na de Cocoplum Bay, o mar calmo e raso
atrai pais com crianças.
Pelo mar, com a água na altura
da cintura, é possível caminhar
até Rocky Cay, uma ilhota onde
está um navio que, de acordo com
os guias, afundou há décadas, durante uma tempestade. Atualmente, só uma pequena parte da
embarcação está submersa.
Próxima à ponta sul da ilha está
San Luís, outra campeã da preferência dos turistas e mais movimentada do que Cocoplum Bay.
Nela, uma casa jamaicana e adeptos do rastafarianismo dão o tom
da influência da vizinha Jamaica
-apesar dos 400 km de distância.
Passeios pelas ilhotas próximas
a San Andrés são outro atrativo.
Na costa leste da ilha estão Haynes Cay e Aquário separadas por
100 m de mar que podem ser percorridos a pé, pois a profundidade não chega a 1,5 m. Aquário é
uma formação de areia sobre a
qual há um restaurante. Já em
Haynes Cay, cheia de palmeiras,
as praias são a melhor opção.
Na ponta norte está Johnny Cay.
Maior do que as outras duas, abriga um parque, onde, além das
praias, é possível conhecer a fauna
local. Embarcações cobram 17 mil
pesos colombianos (cerca de R$
20) pelo passeio de ida e volta a cada uma delas. A rota leva cinco
minutos; as ilhas estão a pouco
mais de 1,2 km de San Andrés.
Para quem procura algo a mais
do que a tranqüilidade nas praias,
San Andrés oferece mergulho e
snorkel em águas calmas e outras
nem tanto. Na costa oeste, há escolas de mergulho, que cobram 50
mil pesos colombianos para emprestar equipamentos e levar o turista a áreas com corais e peixes,
com guia. A prática dura de 30
minutos a uma hora.
Providência
Com acesso mais difícil, as ilhas
Providência e Santa Catalina estão a 80 km ao norte de San Andrés e só podem ser alcançadas
em pequenas embarcações ou
aviões, que saem diariamente da
ilha principal. A travessia entre
Providência e Santa Catalina pode
ser feita pela colorida ponte dos
Apaixonados.
Providência, de formação montanhosa e vegetação intensa, tem
cerca de 18 km2 de área e população de 4.000 pessoas. Com origem
vulcânica, ela está cercada por
uma barreira de corais, entre as
maiores das Américas, com mais
de 20 km de extensão, o que torna
as águas propícias para o mergulho. Santa Catalina, por sua vez,
tem 1 km2 de área. Ambas diferenciam-se de San Andrés por terem
menos agitação.
Marcelo Sakate viajou a convite do Escritório Comercial do Governo da Colômbia em São Paulo.
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