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CIDADE CAPITAL
Na biblioteca do Congresso, turista não toca em livros
Para compensar a falta de contato com a enorme coleção, computadores reproduzem páginas de obras
DA ENVIADA ESPECIAL A WASHINGTON
Como turista, você só vai poder dar uma espiada, a partir de
um balcão vedado com vidro,
na sala de leitura. A biblioteca
do Congresso, no prédio Thomas Jefferson, é um passeio
que deixa o visitante entre a estupefação e a frustração.
Para amenizar a frustração,
as exposições temporárias
compensam a ausência de contato com os livros por meio de
computadores acionados pelo
toque sobre a tela em que é possível, por exemplo, folhear páginas virtuais de volumes da biblioteca de Thomas Jefferson
ou os rascunhos da Constituição norte-americana.
Mesmo para quem não queria ver livro algum, a visita vale
pela beleza do prédio, de 1897.
A história da biblioteca é
marcada por dois incêndio. Antes de ser instalada em um prédio à parte, ela ficava no Capitólio. Veio a guerra Anglo-Americana e, em 1814, as tropas inglesas incendiaram o Capitólio.
Com a biblioteca reduzida a
cinzas, Thomas Jefferson vendeu a sua coleção de livros ao
Congresso. Eram quase 6.500
volumes -parte dos quais o turista pode folhear virtualmente
no tal computador.
Em 1851, um segundo incêndio tostou dois terços da coleção. Apenas 900 títulos não foram repostos.
A coleção foi sendo refeita
-de 1864 a 1897, cada livro lançado nos EUA tinha duas cópias incluídas na biblioteca- e
tornou-se necessária uma sede.
O prédio Thomas Jefferson
foi construído e inaugurado em
1897 -hoje há mais dois. Não
são mais incluídos na coleção
todos os livros publicados nos
EUA. Ainda assim, a instituição
recebe de 10 mil a 22 mil volumes a cada dia.
Se é a curiosidade de espiar a
sala de leitura em parte o motivo que leva os visitantes ao prédio, não há de se perder muito
tempo ali. A visita à biblioteca
equivale a uma ida ao museu: a
instituição faz mostras temporárias com peças de seu acervo
de 134 milhões de itens.
Em uma das galerias do segundo andar, uma exposição
sobre a exploração das Américas desde as navegações até os
desdobramentos da colonização mostra mapas, desenhos de
fauna e flora e relatos. Globos
de distintos períodos mostram
a evolução do conhecimento
geográfico. E há peças de arte
pré-colombiana, livros astecas,
documentos, cerca de 3.000
mapas e pinturas da coleção
Jay I. Kislak.
Do outro lado, está a exposição "Construindo os EUA", que
acompanha o desenvolvimento
da Constituição norte-americana, da Carta de Independência e do "Bill of Rights", como é
chamado o conjunto formado
pelas dez primeiras emendas à
Constituição.
Logo ao lado da entrada, há
duas grandes vitrines expositivas. Em uma delas, um exemplar da Bíblia de Gutenberg, o
primeiro livro publicado no
mundo Ocidental com tipos
móveis -antes deles, os livros
eram escritos à mão-, e a Bíblia gigante de Mainz, uma das
últimas manuscritas na Europa. São 459 páginas de 55,88 cm
por 40,64 cm.
E do mesmo jeito que o turista explora as páginas dos livros
nos computadores espalhados
pelo prédio, quem não está em
Washington pode percorrê-los
no site www.loc.gov.
BIBLIOTECA DO CONGRESSO
Avenida Independence, esquina com
a rua 1; seg. a sáb., das 10h às 17h;
www.loc.gov
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