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CAPITAL LÍGURE
Mercado atrai caçador de tempero
Na principal avenida da cidade, vendem-se tomates enormes, carne de cavalo e muito tempero italiano
DO ENVIADO ESPECIAL A GÊNOVA
Como se chama esse "pomodoro"? ""Pomodoro!'", respondeu, com soberba, um feirante
do mercado Orientale (www.mercatoorientale.org), o
maior de Gênova, instalado
num amplo espaço edificado a
partir de 1699, atrás da igreja
de Nossa Senhora da Consolação, na via 20 Settembre, para
abrigar um convento.
A dúvida com relação ao tomate tinha, no entanto, razão
de ser. Entre a imensa variedade de tomates à venda numa
banca de verduras, havia um tipo enorme e intrigante, com
gomos que pareciam os de uma
pequena abóbora vermelha.
O mercado Orientale é, por
isso, um templo dos caçadores
de ingredientes -italianos e
regionais- que parecem saídos
de um óleo do pintor Giuseppe
Arcimboldo (1527-1593), artista barroco que fazia quadros
quase surrealistas com imagens de personagens compostos de abobrinhas, peixes, flores, frutas e pepinos.
Instalado próximo do local
onde ficava a porta oriental de
Gênova, então amuralhada, esse grande mercado se consolidou como ponto de comércio
no século 18, quando a capital
da Ligúria viveu um período de
intensa expansão urbana.
Em 1893, a prefeitura encarregou o engenheiro Veroggio
de adaptar a estrutura e de projetar um novo mercado Orientale, readequando o claustro do
convento da Consolação.
Ultimada a reforma, o mercado foi aberto há 210 anos, em
1898, com uma grande exposição de flores.
Ampla escolha
Embora as entradas principais do mercado Orientale fiquem na própria via 20 Settembre, a principal avenida genovesa, ele também pode ser acessado por entradas laterais. São
duas a partir da via Colombo,
uma desde a padaria da praça
Colombo e outras duas que ligam o local à via Galata, um calçadão comercial antigo e movimentado.
Aberto de segunda a sábado,
das 7h30 às 13h e das 15h30 às
19h30, o mercado Orientale
vende literalmente de tudo.
Além de flores, frutas e verduras, há peixarias com crustáceos, peixes-espada e atuns,
açougues (de carne de cavalo,
inclusive), charcutarias, boxes
que vendem temperos, produtos de granja, congelados, pães,
massas frescas, produtos típicos, como queijos e molho pesto pronto para fazer uma macarronada, e até roupas, lãs, bijuterias e sapatos.
(SILVIO CIOFFI)
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