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METADE DO MUNDO
Processos das espécies endêmicas de Galápagos ajudaram Charles Darwin a elaborar a teoria da evolução
Isolamento de ilhas revolucionou ciência
DO ENVIADO ESPECIAL AO EQUADOR
Isolado do continente por mil
quilômetros de oceano Pacífico, o
arquipélago de Galápagos permitiu a ocorrência de processos evolutivos que geraram espécies endêmicas, isto é, adaptações que só
ocorreram com os exemplares
habitantes daquela região.
O fenômeno serviu de objeto de
estudo do naturalista britânico
Charles Darwin (1809-1882), que
chegou ao arquipélago na expedição Beagle, realizada entre os anos
de 1831 e 1836, e ali tirou conclusões essenciais para elaborar a sua
teoria da evolução.
O comandante da expedição,
Robert Fritz Roy, que ficaria três
anos buscando informações cartográficas da ainda pouco conhecida América do Sul, queria alguém da sua classe social para viajar no barco.
Darwin, então com 22 anos, um
filósofo brincalhão e tranquilo,
acabou agradando ao comandante, apesar de, à primeira vista,
Fritz Roy ter achado o jovem com
cara de idiota.
O cientista, que era extremamente detalhista nas anotações,
visitou as ilhas San Cristóbal, Floriano, Isabela e Santiago.
Estudou o tentilhão e constatou
que, embora fossem pássaros da
mesma espécie, aqueles de bicos
pequenos se alimentavam de sementes menores, e os de bicos
grandes comiam sementes maiores. Isso confirmava a tese de que
as mudanças ocorrem conforme a
necessidade de sobrevivência.
Darwin publicou o livro "Viagem de Beagle" em 1837. Já a teoria da evolução só seria publicada
20 anos mais tarde, na obra "A
Origem das Espécies".
(ANTÔNIO GAUDÉRIO)
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