São Paulo, quinta-feira, 28 de setembro de 2006

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TRAÇADO PANTANEIRO

Fauna desfila por estrada por onde passam comitivas

Turistas pegam jardineiras rumo às fazendas pantaneiras em caminho aberto no final do século 19

DO ENVIADO ESPECIAL A CORUMBÁ (MS)

Com 120 km de extensão, a estrada Parque é uma veia aberta no coração do Pantanal, que passa por dentro das entranhas da natureza e liga dois pontos da BR-262. Esse é um caminho obrigatório para quem quer chegar às fazendas turísticas da região e fazer o safári fotográfico, aliás, um dos pontos altos da viagem.
A bordo de jardineiras, percorrem-se os mais diversos tipos de paisagem e ecossistema, e o viajante acaba assistindo ao desfile da fauna pantaneira.
Construída sobre aterros e com mais de 80 pontes pelas quais escorrem as águas da época de cheia, a estrada deveria ter condições de tráfego o ano inteiro. Infelizmente, não é o que acontece. Muitas vezes o caminho fica intransitável por causa dos alagamentos. Portanto, é recomendável visitá-la na época da seca (de maio a setembro), justamente quando muitas espécies de animais conseguem chegar à região, principalmente os mamíferos.
A estrada foi construída pelo marechal Cândido Rondon, no final do século 19, para levar a rede de telégrafos até Corumbá e escoar a produção pecuária.
Hoje, são as comitivas de gado que dividem o espaço com as jardineiras que levam os turistas para as fazendas da região.
As jardineiras buscam os visitantes que atracam na beira do rio Paraguai e dali seguem Pantanal adentro.
Durante o trajeto de 40 km até a fazenda São João (leia na pág. F9), é possível observar com facilidade capivaras, jacarés, veados, cervos, ariranhas, jaguatiricas, tatus, tamanduás, além de diversas espécies de pássaro: tuiuiús, araras-azuis, tucanos e colhereiros.
O grande prêmio para o turista é conseguir ver uma onça. Mas não se iluda com a jaguatirica, uma espécie muito parecida aos olhos leigos e que, para agradar aos turistas, pode ser declarada onça por algum guia oportunista. Por ser menos conhecida, inclusive pelos guias locais, a flora acaba sendo um pouco deixada de lado.
A empolgação com essas primeiras descobertas da natureza pantaneira ameniza o trajeto até a fazenda. O percurso demora cerca de duas horas para ser completado, devido à baixa velocidade do transporte e, principalmente, ao tempo de paradas para a observação e fotografia da fauna.
Na volta, no final da tarde, é possível sentir o quanto a travessia pode ser cansativa. Por isso, vale pernoitar em uma das fazendas locais. (LEONARDO WEN)


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