São Paulo, segunda-feira, 28 de outubro de 2002

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MANO A MANO

Com o dólar valendo cerca de 3,70 pesos, Buenos Aires pratica agora preços análogos aos de SP ou do Rio

Feira revela a paridade Brasil/Argentina

Silvio Cioffi/Folha Imagem
Estande oficial do turismo de Buenos Aires no Centro de Exposições La Rural, que abrigou a FIT


SILVIO CIOFFI
EDITOR DE TURISMO

"No turismo, e até nas compras, está 1 a 1, elas por elas", diz Tasso Gadzanis, 64, presidente da Associação Brasileira das Agências de Viagens (Abav), que participou da Feira Internacional de Turismo da América Latina (FIT) de Buenos Aires, entre os dias 19 e 22.
A melhora de perspectivas, no caso argentino, adveio da desvalorização do real frente ao dólar no Brasil, o que praticamente iguala os preços nos dois países.
Para as empresas aéreas, a igualdade se traduz em aviões com número de passageiros semelhante nas "duas pernas" (ida e volta), como se diz no jargão do setor.
"A TAM aposta nesse mercado e espera crescimento ainda maior das taxas de ocupação", afirma Wagner Ferreira, vice-presidente Comercial e de Marketing. A empresa faz três vôos diários entre São Paulo e Buenos Aires usando o Fokker-100 e, mesmo depois da desvalorização do real, viu a demanda aquecer. Hoje a TAM tem uma oferta maior de assentos: faz um vôo diário com o F-100 e outros dois com o Airbus-330, que leva até 228 pessoas -saltando de 324 para 564 assentos/dia.
Já a Varig, que operava quatro vôos/dia na rota, usando sempre o Boeing-737/300, que leva 120 passageiros, faz um vôo com esse avião, outros dois no B-737/800, que tem 156 assentos, e um quarto vôo diário com o MD-11, que comporta 285 pessoas.

Evento
Para os organizadores da FIT 2002, o governo argentino deve fomentar o turismo receptivo, que traz ao país visitantes estrangeiros. Segundo eles, a indústria do turismo pode ajudar a reverter a situação crítica da economia argentina, pois tem grande capacidade de gerar empregos indiretos, reativando o crescimento e se tornando uma atividade importante.
Em termos de tamanho, a FIT, realizada pelo sétimo ano consecutivo no Centro de Exposições La Rural de Palermo, ocupou na primeira edição 8.000 mē contra os mais de 30.000 mē deste ano.
Com 1.700 expositores, a FIT 2002 atraiu 70 mil pessoas, apresentando ao público produtos como as visitas guiadas gratuitas em Buenos Aires, organizadas pela Secretaria de Turismo (www.buenosaires.gov.ar).
Os passeios podem ser agendados pelo telefone local 4313-0187 e incluem locais de compras como a Calle Florida, o centro de lazer Puerto Madero, os bairros de La Boca e de Abasto (estes intimamente ligados à história do tango e do cantor Carlos Gardel).
Caracterizado com a sigla BUE, usada na etiquetagem das malas em companhias aéreas, e por fotos gigantescas de Gardel, do escritor Jorge Luis Borges e de Eva Duarte de Perón, a Evita, o estande de Buenos Aires também divulgou na FIT roteiros turísticos calcados nesses personagens históricos e material descrevendo cerca de 40 endereços dos principais cafés e bares portenhos.
Na área do Brasil, o estande da Embratur lançou o "Estudo da Demanda Turística", um relatório com números do turismo no ano passado co-assinado pelo Ministério do Esporte e Turismo.
Apesar desses números não refletirem a situação do real recém-desvalorizado, que vale entre R$ 3,80 e R$ 4 por dólar, o relatório mostra que os argentinos ficavam cerca de 12,5 dias no Brasil em viagens realizadas em 2001 e que ficavam 8,3 dias no ano 2000.
Com relação ao gasto médio, o turista argentino deixou no Brasil US$ 63,96/dia em 2001, contra US$ 69,44/dia no ano 2000. Entre os argentinos que aqui vieram em 2001, 35,21% deles visitaram o Brasil pela primeira vez, enquanto 64,79% já conheciam o país.
No ranking das cidades mais visitadas em 2002, o relatório lista Rio de Janeiro (28,77%), São Paulo (17,02%), Florianópolis (15,77%), Foz do Iguaçu (11,47%), Salvador (11,13%), Recife (7,29%), Porto Alegre (7,11%), Fortaleza (5,61%), Camboriú (4,86%) e Búzios (3,84%).


Silvio Cioffi viajou a convite da TAM e do Caesar Park Buenos Aires.

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