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ABAS LONDRINAS
James Lock & Co faz a cabeça dos famosos
Loja é máquina do tempo chapeleira
JEREMY LOVELL
DA REUTERS
O que o herói britânico lorde
Nelson, a princesa Diana e Madonna têm em comum, além
do fato de serem famosos? Eles
iam à mesma loja de chapéus
em Londres.
James Lock & Co tem sido a
fornecedora de chapéus mais
famosa e tradicional do mundo
há quase 250 anos. A loja está
instalada no mesmo endereço,
na St. James Street.
A gama de produtos foi expandida para atrair os gostos
modernos. Hoje, cerca de 70%
da clientela é norte-americana.
Por outro lado, há pouco na loja que indique que ali não funciona uma verdadeira máquina
do tempo chapeleira.
"Se lorde Nelson entrasse
aqui hoje, ele reconheceria a loja. Não mudou nada. O relógio
na parede e a atmosfera são os
mesmos", diz Patrick Lamb,
orgulhoso funcionário do local.
Os primeiros registros de
clientes datam de 1759. A porta
é do fim do século 18, o relógio
voltado para a entrada é de 1710
e o lance de escadas principal é
elizabetano.
"Temos certeza de que há
fantasmas aqui. Mas eles são
benignos. Já ouvi passos à noite, quando não havia mais ninguém na loja", continua Lamb.
O funcionário afirma que,
apesar da lista de clientes parecer um "quem é quem" na história, todos que entram na loja
são tratados igualmente.
A loja também tem seu estoque de anedotas históricas, incluindo uma em que um príncipe de Gales, dos anos 1700,
atravessava a loja todos os dias
para se encontrar com uma
prostituta na rua de trás.
"Ele não queria que sua mãe
soubesse o que estava fazendo.
Então usava a loja como fachada. Entrava pela frente e saía
por trás. Uma hora depois, refazia seus passos e voltava".
O trato beneficiava todas as
partes envolvidas. O príncipe
não só se divertia mas também,
para disfarçar bem, sempre
comprava um chapéu. "Ele tinha montes de chapéus, e a loja, montes de dinheiro."
No século 19, o parlamentar
lorde Palmerston também cultivou uma forte atração por
chapéus -mas não o suficiente para entrar na loja com tanta
regularidade.
"Quando passava pela loja,
gritava "chapéu", e continuava
andando. Um dos empregados, chamado "pequeno William", ouvia o grito e, sabendo
do estilo e do tamanho da cabeça do parlamentar, pegava o
novo chapéu e o levava à Câmara dos Comuns."
A loja mantém um índice
com as fôrmas das cabeças de
600 mil clientes atuais e antigos
-incluindo a do próprio lorde
Nelson (militar que venceu as
tropas de Napoleão nas batalhas de Trafalgar Square e Waterloo) e a da rainha Elizabeth.
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