São Paulo, quinta-feira, 28 de outubro de 2010

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Delegacias para turistas não revelam números

Mapear crime e divulgar estatísticas ajudariam a combater a violência

Dotadas de tradutores de policiais bilíngues, endereços se propõem a orientar e a ajudar os visitantes estrangeiros

ANDRÉ ZARA
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

As delegacias especializadas no atendimento de turistas foram criadas no início dos anos 1990. Os órgãos da Polícia Civil das cidades de São Paulo, Salvador e Rio de Janeiro foram os pioneiros no Brasil, criados para atender ocorrências de crimes praticados contra turistas.
As três delegacias dizem que o maior número de ocorrências diz respeito a furtos. Mas só a do Rio de Janeiro apresentou à reportagem da Folha dados estatísticos.
Até setembro, neste ano, foram registradas 1.750 ocorrências. Cerca de 60% delas, segundo o órgão carioca, de furtos. Os outros 40% eram relacionados a roubos, estelionato e desaparecimentos.
As delegacias de São Paulo e Salvador dizem que têm os números, mas não podem divulgá-los. E nenhuma das três têm um mapeamento das regiões onde ocorre a maior parte dos crimes.
Quem mais procura as delegacias de turistas são os estrangeiros. Elas facilitam o atendimento, com tradutores ou policiais bilíngues. Além disso, há o contato direto desses órgãos com embaixadas. Os brasileiros em viagem acabam se dirigindo às delegacias normais.
Segundo o titular da Deatur (Delegacia Especializada em Atendimento ao Turista) de São Paulo, Carlos Alberto Mezher, os criminosos preferem agir onde existe maior concentração de gente.
"Na basílica de Aparecida do Norte, em São Paulo, o lugar que registra o maior número de ocorrências é a sala dos milagres, já que as pessoas ficam distraídas", diz.
Já em Salvador, a delegada Maritta Souza, da Deltur (Delegacia de Proteção ao Turista), conta que os locais com mais furtos são os bares, os restaurantes e as praias.
Roberto Krasovic, delegado divisionário da Deatur, chama a atenção para os crimes sazonais. Na época do Carnaval, por exemplo, é comum sedar a vítima e depois levar seus pertences, ação que ficou conhecida como "boa noite, Cinderela".


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