Cenário emblemático no país, deserto tem dunas de areia fina e laranja que contrastam com o céu azul

NA NAMÍBIA

É difícil descrever a beleza do deserto de Sossusvlei. Imensas dunas de areia fina e laranja em contraste com o céu azul fazem parte dos cerca de 2.000 km de desertos que se estendem pela costa namibiana desde a África do Sul até Angola.
Sossusvlei é a imagem mais escolhida para representar o país. Desde Windhoek, são sete horas na estrada enfrentando uma paisagem nada monótona.
O panorama árido apresenta novos tipos de rochas, montanhas e vegetação a cada 50 km, mais ou menos. E, mesmo se tratando de uma região de água escassa e sobrevivência difícil, é possível avistar grupos de babuínos descansando na beira da estrada, esquilos, oryx -um tipo de antílope- e até mesmo uma zebra solitária. Uma sorte imensa ver isso tudo. São bichos selvagens, que não ficam posando por aí.
Os visitantes em geral se hospedam em um dos muitos acampamentos da região, e a visita às dunas de Sossusvlei costuma durar apenas uma manhã ou uma tarde.
Apesar de ser permitido escalar qualquer duna, os turistas são convidados a subir a Duna 45, número de minutos que se leva para chegar até o topo. O pé afunda na areia, os músculos ardem e a vista é espetacular. Às 10h da manhã, o calor lembra o do meio-dia em Salvador, na Bahia, só que sem vento.
O grupo de visitantes precisa acordar às 5h para chegar ao parque assim que os portões se abrem, no amanhecer. Lá pelas 11h30, as dunas já voltam a ficar vazias, pois é difícil demais suportar o calor.
É comum que turistas bebam muita água sem suar. Entre as 5h e as 12h, entre a saída e a volta ao acampamento, bebi três garrafas de 1,5 litro de água. Não fui ao banheiro e não suei, ou pelo menos não percebi ter suado, exceto por algumas gotas na testa durante o esforço da caminhada. O líquido evaporou instantaneamente.

Vale
Sossussvlei é um dos desertos mais antigos do planeta e tem as dunas mais altas do mundo, chegando a mais de 300 metros de altura.
Para escalar a Big Daddy são necessárias de duas a três horas. Entre as montanhas de areia, passeios em veículos preparados para percorrer o terreno e uma pequena caminhada revelam o vale da Morte, leito de um antigo rio, seco há centenas de anos e que mantém intactos os galhos mortos e retorcidos da floresta que o circundava. O ar tem umidade praticamente nula, o que evita que a madeira sofra o processo de apodrecimento. (MARCELO PLIGER)


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